Os parentes das vítimas do vôo TAM JJ3054, que estão reunidos neste final de semana em São Paulo, pela sexta vez, devem decidir ainda hoje se aceitam ou não a criação de uma Câmara de Conciliação para negociar, extra-judicialmente, indenizações pelo acidente.
A tragédia, que matou 199 pessoas, ocorreu no dia 17 de julho de 2007, no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Durante a manhã, eles ouviram representantes de órgãos públicos, como Defensoria, Procon e Procuradoria, que apresentaram parâmetros a serem usados nos acertos. Um deles seria um teto de 1.500 salários mínimos (R$ 570 mil) por família, referente a danos morais. Quanto aos danos materiais, foi proposta a inclusão de crianças de zero a 14 anos, entre outras alterações em relação aos referenciais que habitualmente são usados pela Justiça.
Segundo a coordenadora das Procuradorias da Justiça, Déborah Pierre, os novos critérios beneficiam os parentes das vítimas. Os detalhes, que já foram aceitos pela TAM e pela seguradora que cuida do caso, representam uma evolução, segundo o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ3054 (Afavitam), Dário Scott. "Vamos estudar a proposta, mas houve avanços hoje e Câmara (de Conciliação) deve ser instalada. É uma opção de acerto mais rápido", disse.
Ele ressaltou, no entanto, que a questão indenizatória é secundária para as famílias. Scott afirmou que um acerto justo e rápido serviria como exemplo de "punição", para que as empresas não operem correndo riscos desnecessários.
Na avaliação do representante da Defensoria Pública de São Paulo, Renato de Vitto, a Câmara de Conciliação é uma alternativa a mais para os parentes das vítimas acelerarem o pagamento de indenizações que, se forem conduzidas via processos judiciais, podem demorar entre 10 a 15 anos. Ele entende que a proposta apresentada hoje deve contemplar de 80% a 90% das famílias que ainda não fizeram outras opções. De acordo com o presidente da TAM, David Barioni, que participou do encontro, já foram pagas 50 indenizações, e 46 famílias recorreram à Justiça norte-americana.
Fonte: Agência Estado
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