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| Piloto saudando modelo de avião: Boeing prevê mais de dois milhões de novos postos de trabalho nos próximos 20 anos na aviação (Imagem: Imagem de DC Studio no Freepik) |
A Boeing divulgou recentemente sua perspectiva de mercado para profissionais de aviação comercial para os próximos 20 anos. Nela, os números surpreendem, com um total de 2,37 milhões de novas vagas a serem abertas até 2044 (sem contar as vagas de outros segmentos da aviação, como a executiva e agrícola, por exemplo).
Nesse recorte, apenas entre pilotos e comissários, serão 1,66 milhão de vagas, além de outras 710 mil para equipes técnicas, como mecânicos.
Se o recorte for apenas na América Latina, os números também são promissores, ainda mais com o Brasil sendo o mais amplo mercado regional:
- Total de novas vagas na região: 134 mil
- Pilotos: 37 mil
- Comissários de voo: 55 mil
- Técnicos: 42 mil
Mesmo profissionais formados no Brasil têm possibilidade de trabalhar mundo afora. Diversas empresas promovem eventos chamados "road shows" pelo país de tempos em tempos a busca de profissionais para atuarem em seus países.
Veja a seguir quais os caminhos para se tornar um desses profissionais.
Como se tornar comissário de voo?
No Brasil, desde janeiro de 2024, não é mais obrigatório fazer um curso em uma escola homologada e nem passar na banca de avaliação organizada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Essa mudança, segundo a própria agência, não interfere na segurança de voo.
Os profissionais ainda precisam passar por programas de treinamento oferecidos pelas próprias empresas para poderem trabalhar em voos posteriormente. Assim, hoje, é necessário cumprir os seguintes requisitos para se tornar comissário de voo:
- Ter no mínimo 18 anos de idade
- Ter concluído o ensino médio ou equivalente
- Ser capaz de ler, escrever, falar e compreender a língua portuguesa
- Possuir um CMA (Certificado Médico Aeronáutico) válido compatível com a função
Os profissionais podem continuar fazendo os cursos de comissário em escolas específicas, mas esse não é mais um pré-requisito obrigatório. Empresas costumam ver os profissionais com esse curso com outro olhar, já que chegam mais preparados para a seleção.
Como se tornar piloto?
É necessário ser aprovado em uma prova teórica aplicada pela Anac, com matérias que incluem navegação, regulamentos e meteorologia, por exemplo. É possível fazer um curso para se preparar para essa prova, mas não é um requisito obrigatório atualmente.
Posteriormente, é necessário fazer um curso prático, com duração de cerca de 40 horas de voo. Para isso, é preciso ser um CMA compatível com a função de piloto.
Caso passe na prova, o piloto poderá voar, mas ainda não poderá exercer a função de maneira remunerada, sendo considerado apenas um piloto privado. Para isso, precisará fazer um curso teórico de piloto comercial e obter essa licença.
Exige-se, no mínimo, 150 horas de voo (incluindo as 40 do curso de piloto privado). Apenas a partir daí é que o piloto poderá seguir pelos diversos segmentos que a aviação oferecer, devendo acumular horas voando para se candidatar ao cargo de piloto de linha aérea em uma empresa do ramo.
Como se tornar mecânico de manutenção?
Profissional considerado técnico, o mecânico de manutenção aeronáutica é responsável por inspecionar, reparar e manter aeronaves em condições seguras de operação. Para atuar na área, também é necessário fazer um curso homologado pela Anac, com duração média de dois anos, e optar por uma ou mais habilitações específicas:
- Célula (estrutura da aeronave)
- Grupo motopropulsor (motor)
- Aviônicos (sistemas elétricos e eletrônicos)
Ao concluir o curso, o candidato deve passar em uma prova teórica aplicada pela Anac. Somente após a aprovação é que o profissional recebe a CHT (Carteira de Habilitação Técnica), documento necessário para atuar legalmente na área.
Não é exigido ensino superior para ser mecânico de manutenção, mas o profissional precisa ter concluído o ensino médio e apresentar um CMA compatível com a função. O mercado valoriza bastante a experiência prática, e muitos profissionais começam como auxiliares até estarem aptos a assumir responsabilidades maiores dentro de oficinas, hangares ou empresas aéreas.
Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

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