Especialistas tentam entender o que teria provocado a queda, em um ângulo de 90 graus, do Boeing 737-800 da empresa China Eastern Airlines, no estado chinês de Guangxi, sem deixar sobreviventes.
O que pode levar um Boeing a mergulhar na vertical, como aconteceu esta semana na China?
O Fantástico convidou especialistas e fez uma simulação para mostrar como foram os últimos minutos do voo MU-5735, da empresa aérea China Eastern Airlines, que caiu na segunda-feira (21) no estado chinês de Guangxi, matando todas as 132 pessoas a bordo, 123 passageiros e nove tripulantes.
A aeronave, um Boeing 737- 800, decolou da cidade de Kunming para uma viagem de aproximadamente 2 horas até Guangzhou, ambas no sul da China. Ela seguia em velocidade e altitude de cruzeiro, aproximadamente 8.900 metros.
Faltava pouco para começar a descida para o aeroporto de Guangzhou, cidade que antigamente em português era chamada de Cantão. Mas começaram a acontecer coisas que não estavam no programa. Primeiro, o aparelho baixou altitude em 700 metros, em cerca de 16 segundos.
A partir desse ponto as coisas foram ficando ainda mais radicais, mais vertiginosas. O avião começou uma queda brutal de 20 mil pés, mais ou menos 6600 metros, em cerca de 1 minuto.
“Nós treinamos descidas rápidas, descidas de emergência. Mas para fazer isso, para perder essa essa altitude em tão pouco tempo. Alguma coisa diferente do que a gente costuma treinar em simulador ou até mesmo na aeronave. Nós treinamos descidas rápidas, descidas de emergência, Mas para fazer isso, para perder essa altitude em tão pouco tempo, alguma coisa diferente do que a gente costuma treinar em simulador ou até mesmo na aeronave aconteceu”, afirma o comandante Lotário Kieling, coordenador de recrutamento de pilotos e com 15 anos de experiência na China.
Quando tudo parecia indicar uma queda até o solo, tem um breve momento de recuperação. O avião sobe 300 metros. De 2300 metros para 2600 metros, mais ou menos. Isso dura 10 segundos.
"Me parece muito mais que tenha havido a interferência, possivelmente humana. Porque o piloto automático certamente estaria desligado”, comenta o comandante Raul Francé, professor de Ciências Aeronáuticas PUC-GO.
Os órgãos de controle aéreo da China tentaram contato com a aeronave, mas não houve resposta.
“Esse silêncio rádio pode significar que as pessoas, que a tripulação estava ocupada, extremamente ocupada na recuperação da aeronave”, sugere Kielling.
Após uma estabilização a cerca de 2600 metros, que durou 10 segundos, o avião entrou em queda vertical, com o nariz totalmente para baixo. A descida foi registrada por câmeras de segurança da região onde ocorreu o acidente.
“É muito assustador. Ali não tinha mais jeito para ninguém”, comenta Francé.
Por Fantástico
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