sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Veja 4 perguntas que continuam sem resposta 1 mês depois da morte de Campos

Às vésperas de completar um mês, o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, e outras seis pessoas, continua tão misterioso quanto naquele dia 13 de agosto. As circunstâncias envolvendo a queda do avião, em Santos, são alvo de ao menos três investigações por órgãos brasileiros, mas um mês depois da tragédia, nenhuma resposta conclusiva sobre o que causou o acidente foi revelada. Veja algumas das perguntas ainda não respondidas sobre a queda do avião.

1 – Quais foram as causas do acidente?


Nenhum dos três órgãos que investigam as causas do acidente de Eduardo Campos revelou indícios sobre as possíveis causas da tragédia. O acidente é investigado pela Polícia Federal, pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

Tudo o que se sabe até o momento é que o avião decolou do Rio de Janeiro às 9h21 com destino à Base Aérea do Guarujá. Por volta das 10h, o avião caiu em um terreno no bairro do Boqueirão, em Santos. Sabe-se que o avião arremeteu no momento em que iria pousar e que o tempo estava encoberto e chuvoso.


Um vídeo capturado por câmeras de um prédio próximo ao local da queda mostraram o avião caindo 'de bico' o que, segundo especialistas, pode indicar que o piloto estava desorientado.


A Anac, por sua vez, disse que não há nenhuma indicação de irregularidade com relação à tripulação do voo.

O UOL entrou em contato com a PF que, por meio de nota, disse que não iria comentar investigações ainda em curso.

O Cenipa também informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há prazo para a conclusão das investigações. A Polícia Civil de São Paulo, que tinha até este sábado (13) para concluir o inquérito que apura as causas do acidente, prorrogou o prazo das investigações. As informações sobre o inquérito, porém, não podem ser divulgadas.

2 – Por que a caixa preta que deveria gravar as conversas dos pilotos não gravou a última viagem? 


Um dos principais elementos para determinar as causas do acidente, as gravações das conversas dos tripulantes, não poderá ser utilizado nas investigações do acidente com Eduardo Campos. Segundo a FAB, as gravações contidas no CVR (Cockpit Voice Recorder) do avião em que Campos morreu não são referentes ao dia do acidente

O Cenipa, que investiga as causas do acidente, ainda não se pronunciou sobre o que poderia ter causado a falha na gravação. Especialistas levantam duas hipóteses: desligamento deliberado do equipamento ou falha mecânica.

3 – Por que o avião arremeteu?


Uma das explicações para a arremetida do Citation XL560 foi o mau tempo sobre a Base Aérea do Guarujá, onde o avião deveria pousar. No dia do acidente, chovia na Baixada Santista e havia muita neblina.

No entanto, como as conversas entre os pilotos não foram gravadas pelo Cockpit Voice Recorder, as causas reais da arremetida dificilmente serão esclarecidas.

4 – Quem são os responsáveis pela aeronave?


Esta é, talvez, uma das questões mais polêmicas envolvendo o acidente. A verdadeira responsabilidade pela aeronave ainda está sendo alvo de investigação da Polícia Federal. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião pertence à Cessna, fabricante da aeronave. A Cessna, por sua vez, arrendou o avião por meio de leasing (arrendamento ou aluguel com opção de compra) para o grupo AF Andrade, com sede em Ribeirão Preto.

A empresa, por sua vez, teria arrendado o avião para a dupla de empresários de Recife João Carlos Lyra Melo Filho e Apolo Santana Vieira. Os empresários, no entanto, teriam cedido o avião ao PSB para as viagens de Eduardo Campos.

A PF revelou que empresas-fantasma teriam pago parte do valor do arrendamento em nome de Lyra e Vieira, o que levantou ainda mais suspeitas sobre quem seriam os verdadeiros responsáveis pelo avião.

Advogados enviados pela dupla de empresários a Santos procuraram vítimas do acidente assumindo responsabilidade pelos danos e oferecendo acordos judiciais.


Fonte: UOL - Foto: AFP

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