terça-feira, 8 de maio de 2012

Aeroclube de Sorocaba completa 70 anos

Após crise na década passada, escola recupera prestígio e forma de 20 a 30 pilotos por ano 


O Aeroclube de Sorocaba (escola de formação de pilotos de avião) completou no último dia cinco, 70 anos com motivos para comemorar a data. Depois de ter atravessado um período de dificuldades na década passada, quando chegou a formar apenas dez pilotos por ano, o Aeroclube recuperou o equilíbrio e atualmente forma 20 a 30 pilotos por ano. Com cinco aviões de sua propriedade e outros aviões de terceiros também utilizados nos cursos de instrução de voos, o aeroclube trabalha agora com planos de crescimento. Isto inclui ações de adequação ao mercado, que passam por aquisição de novos aviões, mais modernos e que contribuam para atrair novos alunos. Cada avião voa seis a sete horas por dia em aulas que são realizadas de terça-feira a domingo. 

Quem traçou esse perfil foi o diretor de instrução do aeroclube, Valdemar Tavares de Albuquerque, em entrevista concedida ontem. "Hoje estamos em boa fase, temos muitos alunos", ele disse, comemorando a superação do tempo de dificuldades. Segundo ele, isto aconteceu graças ao empenho de investidores ligados à aviação que entraram com investimentos no aeroclube. 

A movimentação de alunos e instrutores de voos dos cursos de piloto privado e piloto comercial (IFR - voo por instrumento) confirmou o clima positivo e otimista com o qual o aeroclube celebra os 70 anos. Inaugurado em 5 de maio de 1942, o aeroclube (localizado na avenida Santos Dumont) oferece cursos que atraem alunos de todo o País. Entre os alunos que atualmente frequentam os cursos há dois do Amazonas e um da Bahia. Eles procuraram os cursos tanto para terem uma nova profissão como para concentrar foco em abrir novas opções para viagens de recreação e lazer. 

Alunos e instrutores

O mecânico Renato do Carmo Calegari, de 43 anos, é da cidade de Rafar (SP), e terminou anteontem o curso de piloto comercial. Para justificar a escolha pelo aeroclube de Sorocaba, ele disse: "Gostei daqui, muito bom." A viagem mais longa que fez, juntamente com um instrutor, foi de Sorocaba a Belo Horizonte (BH). Ele quer ser piloto comercial: "É meu sonho." 

O dentista Carlos Arruda Neto, de 49 anos, decidiu ser piloto por lazer. Carro, para ele, é necessidade: "O avião é lazer, pelo menos para mim." Acrescentou que ser piloto foi sempre uma vontade desde os tempos da infância e adolescência: "E a oportunidade surgiu agora na fase adulta." Ele está na metade do curso. Outro aluno que curte esse sonho desde criança é Rafael SIlva, de 22 anos, que quer transformar isso em profissão e explicou a razão: "Atraído pelo aquecimento do mercado". Segundo Tavares, um curso completo custa aproximadamente R$ 50 mil. 

Oportunidades 

Os instrutores de voo chegam à profissão também atraídos pelas oportunidades de um mercado de aviação em constante crescimento, o que vem sendo registrado há alguns anos e é reflexo do bom momento econômico do Brasil. "O mercado está promissor com a Copa do Mundo, com as Olimpíadas, e até mesmo com o incentivo recebido por todo o aeroporto com a vinda da Embraer", descreveu o instrutor Thiago Montanari, de 27 anos. "Aumentou o número de pessoas interessadas em ser piloto", afirmou o instrutor Rafael Pissoco, de 23 anos. 

Tavares também conta com a expectativa de o aeroclube compartilhar parte dos benefícios que serão representados pela presença da Embraer no aeroporto. "De repente um piloto nosso pode ser um piloto da Embraer, eles usam muitos pilotos de teste", disse Tavares. 



Fonte: Carlos Araújo (carlos.araujo@jcruzeiro.com.br) - Notícia publicada na edição de 05/05/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 12 do caderno A. - Foto: Erick Pinheiro

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