Acusado de tentativa de ataque no natal de 2009 diz que bomba era 'arma abençoada para salvar muçulmanos inocentes'
O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, em foto sem data |
O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, acusado de tentar explodir um avião nos EUA no Natal de 2009, se declarou culpado nesta quarta-feira, durante julgamento em Detroit. Segundo ele, a tentativa de ataque foi uma retaliação ao assassinato de muçulmanos em todo o mundo
Inicialmente, o nigeriano tinha se declarado inocente das acusações de tentativa de assassinato e conspiração para cometer um ato de terrorismo. Nesta quarta-feira, porém, Abdulmutallab disse ao júri que a bomba que escondeu na cueca durante um voo de Amsterdã para Detroit era “uma arma abençoada para salvar a vida de muçulmanos inocentes”
O avião da Northwest que levava quase 300 a bordo. A bomba não teria explodido corretamente e deixado Abdulmutallab com queimaduras. Após o incidente, agentes do FBI interrogaram o jovem durante 50 minutos no Hospital da Universidade de Michigan. Ele teria dado detalhes de sua missão e afirmado que sua intenção era matar a todas as pessoas a bordo.
A Promotoria afirma que Abdulmutallab pertence à Al-Qaeda da Península Arábica, que atua com força no Iêmen. Ele teria tido contato com o clérigo radical islâmico Anwar al-Awlaki, nascido nos EUA e importante liderança do grupo que foi morto em setembro numa operação americana.
A tentativa de ataque mostrou falhas na segurança dos aeroportos dos EUA. Um mês antes do incidente, o nome do nigeriano tinha sido incluído na mais ampla lista de monitoramento de suspeitos de terrorismo, mas não em uma relação menor de passageiros que precisam passar por revista detalhada antes de entrar nos EUA – ou podem até mesmo ser proibidos de embarcar em voos para o país.
O episódio motivou uma revisão nas normas de inteligência do país, entre elas um reforço nos critérios para inclusão de pessoas nas listas de observação.
Além disso, o fato de os aparelhos de inspeção não terem detectado os explosivos que o nigeriano escondeu na cueca estimulou o uso de scanners corporais nos EUA e em alguns países da Europa.
Os aparelhos provocam polêmica porque capturam imagens “sob as roupas” dos passageiros. Além de alguns viajantes se irritarem com a falta de privacidade, também há reclamações sobre a maior lentidão do processo de embarque. Como se leva mais tempo para passar pelos postos de controle, as filas aumentam.
Fonte: iG (com AP e EFE) - Foto: AFP
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