segunda-feira, 14 de julho de 2008

Avião de controle remoto permite vigilância sem risco

Aparelho pode ser empregado na luta contra o tráfico de drogas.

'Carcará' pesa dois quilos e tem menos de um metro e meio de envergadura.



Ele parece um pássaro, talvez um urubu. Mas pode ser uma arma em defesa da segurança pública. Contra o tráfico de drogas, por exemplo.

Câmeras de vigilância estão em todas as partes. Agora, elas também voam. De longe, a câmera de vídeo de uma pequena aeronave é parecida com um pássaro, e por isto ganhou o apelido de 'Carcará'.

Com dois quilos de peso e menos de um metro e meio de envergadura, o 'Carcará' foi criado por dois jovens empreendedores brasileiros.

O aparelho segue os princípios dos aviões de brinquedo controlados por rádio, mas é muito mais sofisticado. Ele captura imagens, que são mostradas em tempo real por um programa de computador.

O avião até fala. Em inglês, ele diz “perigo: baixa altitude”. A Marinha brasileira já está usando o Carcará para operações táticas.

Sem arriscar vidas

Esta tecnologia, que vem sendo utilizada na ocupação do Iraque, permite vigiar e filmar quaisquer objetivos sem pôr vidas em risco, já que o avião não tem tripulação.

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro assistiu a demonstrações no exterior e agora vai conhecer o Carcará, em apresentação marcada para esta semana.

“Você pode usar um aparelho desse para acompanhar o tráfico de drogas. Por exemplo, para acompanhar a entrada e saída dos locais em que se acredita que haja concentração de drogas. Se eu acredito que existe um cativeiro em alguma região, eu posso usar um aparelho desse para cobrir uma grande área. Com isso, você consegue melhorar a sua capacidade de vigilância reduzindo seu custo. E isso é uma tendência”, explica Hélio Moura, professor de Gestão de Segurança.

Autonomia

Um dos modelos pode voar durante uma hora e meia, num raio de oito quilômetros. Chega a 3.000 metros de altura, e tem velocidade máxima de 75 quilômetros por hora.

Ele funciona assim: satélites enviam sinais a uma das três antenas que o aparelho carrega. O avião sabe então em que lugar está. A segunda antena se comunica com o programa de controle que, em terra, transmite ao avião a direção desejada.

Uma vez no ar, a aeronave segue as ordens pelo programa. E a terceira antena cuida do envio das imagens capturadas pela câmera. “Esse avião tem uma câmera que gira 360 graus, ela é retrátil. E com essa câmera você consegue clicar num alvo, e ele segue automaticamente esse alvo”, esclarece o empresário Gabriel Klabin.

O uso desta tecnologia não se limita à segurança pública e à defesa. Ela serve também para planejamento de trânsito, monitoramento ambiental e pesquisas agrícolas.

Fontes: G1 / Fantástico (TV Globo)

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