Símbolos do luxo de ex-gestores envolvidos em escândalos, a CBF quer arrecadar R$ 60 milhões com venda dos “brinquedinhos”.
Em tempos de austeridade, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai se desfazer de duas extravagâncias das administrações anteriores, no melhor estilo “acabou a mamata!”
O novo presidente Ednaldo Rodrigues está pedindo formalmente autorização à assembléia (constituída pelos presidentes das das 27 federações estaduais) para vender o avião Cessna 680 Citation Sovereign; e o helicóptero de propriedade da entidade.
“Conseguiremos algo em torno de 60 milhões de reais com o negócio. Depois, haveria uma economia de mais de 13 milhões de reais por ano. Eu mesmo nunca usei o helicóptero, nem mesmo o vi. Com o avião, sim, já fiz algumas viagens nele — mas podemos todos ir e vir em voos de carreira, não podemos?”, diz Ednaldo Rodrigues.
O presidente tem como objetivo melhorar a imagem da CBF, há décadas ligada a escândalos de corrupção, com vários ex-presidentes presos e/ou envolvidos em atividades ilícitas.
“Quero virar essa página, e não se trata apenas da minha vontade. Quero envolver as federações, os clubes, a imprensa, toda a sociedade”, afirma.
Ele entende que o futebol é uma das grandes marcas do Brasil e quer acabar com a imagem degradante que marcou a gestão de seus mais recentes antecessores:
“Eu tive o testemunho claro do presidente da Fifa, o Gianni Infantino, com quem me reuni durante o Mundial de Clubes em Abu Dhabi, em fevereiro”, revelou Rodrigues ao jornal O Globo.
“Numa das nossas conversas, ele revelou que estava acompanhando os problemas da CBF e disse assim: ‘Dentro de campo, o Brasil é ainda muito respeitado, mas fora, não’. E então o Infantino pôs a mão no nariz, como quem sente um cheiro muito ruim, e balançou o rosto. Entendi o recado — e é o que me leva a ter ainda mais vontade de mudar as coisas na CBF”, complementou.
Via Marcondes Brito (Metrópoles)
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