Por Respicio A. Espirito Santo Jr. * - Especial para a Folha
Quando criança, meu avô me levava ao Galeão para ver os aviões decolarem e pousarem. O Rio era, à época, o portão de entrada do Brasil.
Mais de 40 anos se passaram e, até as portas do leilão da concessão de Viracopos, Guarulhos e Brasília/JK à iniciativa privada, em fevereiro último, várias autoridades não cansavam de afirmar que Viracopos seria "o aeroporto do futuro" para a Grande São Paulo e até para o Brasil.
Interessante, não? O "aeroporto do futuro" era aquele mesmo de 40 anos atrás, sem tirar nem por...
Agora, Viracopos voltou às manchetes, mas como o principal aeroporto fechado do país. Como tem só uma pista e uma aeronave cargueira de grande porte teve seu pneu furado, o aeroporto foi interditado por mais de 40 horas.
Sim, Viracopos fechou porque não tem uma segunda pista Mesmo tendo um "gatilho" de investimento obrigatório após atingir um determinado nível de serviço, ninguém se lembrou de prever no edital de concessão a urgência da segunda pista.
Em outras palavras: uma segunda pista não foi considerada absolutamente necessária para o bem-estar da sociedade e o bom funcionamento da economia, no curto prazo. Assim, ficou de fora do edital da concessão.
Então cabem as perguntas: quem elaborou e revisou o edital? Por que as empresas que operam em Viracopos, em especial as que têm base lá, não pressionaram efetivamente os envolvidos para que a segunda pista fosse prioridade de curtíssimo prazo?
Por que prefeitura e Câmara de Campinas não ombrearam com as empresas aéreas para que a pressão tivesse resultados práticos e efetivos?
Os principais responsáveis pelos transtornos em Viracopos o leitor encontrará nas respostas a essas questões.
* Respicio A. Espirito Santo Jr. é professor-adjunto do Departamento de Engenharia de Transportes da UFRJ (Especial para o jornal Folha de S.Paulo)
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