''Estado'' teve acesso a documento por meio do qual empresa orientou comandantes a não atribuir atrasos a faltas ou problemas de tripulação
Passageiros da TAM enfrentaram ontem mais um dia de caos nos aeroportos. A companhia chegou a atrasar mais da metade das decolagens em pelo menos 30 minutos. Às 14 horas, 52,9% dos 478 voos programados até aquele momento estavam atrasados. Às 22h, 65 haviam sido cancelados (7,9%).
O problema tem sido constante. No domingo, houve 46% de atrasos. Na segunda, 57%. Segundo a TAM, a meteorologia tem motivado ajustes na malha aérea em período de grande demanda. A Infraero informou ontem à tarde que quatro aeroportos, em Foz do Iguaçu (PR), Montes Claros, Uberlândia e Confins (MG), tiveram fechamentos.
A TAM nega que a tripulação seja insuficiente para atender à demanda, como afirmam sindicatos do setor. O Estado teve acesso, entretanto, a um documento distribuído a comandantes em novembro, solicitando que eles "evitem utilizar como motivo de adiamento a falta ou o atraso dos tripulantes".
O documento foi visto como mordaça. "A empresa diz nas entrelinhas para mentirmos enquanto falta tripulação, não tem avião para voar e há desorganização", afirmou um comandante que pediu para não ter o nome divulgado. "Muitas vezes não tem copiloto e outro comandante precisa fazer a função, voando do lado esquerdo da aeronave, onde não está acostumado."
Performance
O desempenho da TAM tem sido pior do que o da maioria das empresas. Apenas a Webjet, cujas decolagens têm sofrido atrasos constantes, chegava perto dos índices da TAM às 14h de ontem, com 40,3% de atrasos. A empresa culpou problemas meteorológicos e volume de passageiros.
O empresário Denis Ricardo Tribes, de 23 anos, reclamava ontem que havia perdido um dia de trabalho. Seu voo saiu do Aeroporto de Confins (MG) com uma hora e meia de atraso. Ele pousou em São Paulo por volta das 13h10, quando já havia perdido a conexão para Joinville (SC). O passageiro da TAM esperava a nova conexão às 18h45.
A TAM afirma que está assistindo os passageiros e trabalha para normalizar as operações, usando até aeronaves voltadas para voos internacionais. A companhia afirma que o comunicado obtido pela reportagem é do dia 26 de novembro, quando chuvas interromperam as operações de vários aeroportos. Equipes chegaram com atraso ou superaram o limite de horas trabalhadas. O objetivo era preservar os tripulantes, diz a TAM.
Anac
O alto índice de atrasos nos voos nesta semana e a forte movimentação de passageiros retornando das festas de fim de ano levaram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a estender até sexta-feira a operação especial para evitar transtorno nos aeroportos. O esquema, iniciado em 17 de dezembro, deveria acabar anteontem. A prorrogação se restringe aos aeroportos de São Paulo, Rio e Brasília.
Fonte: Paulo Saldaña e Márcio Pinho - O Estado de S.Paulo (colaborou Glauber Gonçalves) - Foto (Aeroporto Confins): Beto Magalhães/Em/D.A Press
Passageiros da TAM enfrentaram ontem mais um dia de caos nos aeroportos. A companhia chegou a atrasar mais da metade das decolagens em pelo menos 30 minutos. Às 14 horas, 52,9% dos 478 voos programados até aquele momento estavam atrasados. Às 22h, 65 haviam sido cancelados (7,9%).
O problema tem sido constante. No domingo, houve 46% de atrasos. Na segunda, 57%. Segundo a TAM, a meteorologia tem motivado ajustes na malha aérea em período de grande demanda. A Infraero informou ontem à tarde que quatro aeroportos, em Foz do Iguaçu (PR), Montes Claros, Uberlândia e Confins (MG), tiveram fechamentos.
A TAM nega que a tripulação seja insuficiente para atender à demanda, como afirmam sindicatos do setor. O Estado teve acesso, entretanto, a um documento distribuído a comandantes em novembro, solicitando que eles "evitem utilizar como motivo de adiamento a falta ou o atraso dos tripulantes".
O documento foi visto como mordaça. "A empresa diz nas entrelinhas para mentirmos enquanto falta tripulação, não tem avião para voar e há desorganização", afirmou um comandante que pediu para não ter o nome divulgado. "Muitas vezes não tem copiloto e outro comandante precisa fazer a função, voando do lado esquerdo da aeronave, onde não está acostumado."
Performance
O desempenho da TAM tem sido pior do que o da maioria das empresas. Apenas a Webjet, cujas decolagens têm sofrido atrasos constantes, chegava perto dos índices da TAM às 14h de ontem, com 40,3% de atrasos. A empresa culpou problemas meteorológicos e volume de passageiros.
O empresário Denis Ricardo Tribes, de 23 anos, reclamava ontem que havia perdido um dia de trabalho. Seu voo saiu do Aeroporto de Confins (MG) com uma hora e meia de atraso. Ele pousou em São Paulo por volta das 13h10, quando já havia perdido a conexão para Joinville (SC). O passageiro da TAM esperava a nova conexão às 18h45.
A TAM afirma que está assistindo os passageiros e trabalha para normalizar as operações, usando até aeronaves voltadas para voos internacionais. A companhia afirma que o comunicado obtido pela reportagem é do dia 26 de novembro, quando chuvas interromperam as operações de vários aeroportos. Equipes chegaram com atraso ou superaram o limite de horas trabalhadas. O objetivo era preservar os tripulantes, diz a TAM.
Anac
O alto índice de atrasos nos voos nesta semana e a forte movimentação de passageiros retornando das festas de fim de ano levaram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a estender até sexta-feira a operação especial para evitar transtorno nos aeroportos. O esquema, iniciado em 17 de dezembro, deveria acabar anteontem. A prorrogação se restringe aos aeroportos de São Paulo, Rio e Brasília.
Fonte: Paulo Saldaña e Márcio Pinho - O Estado de S.Paulo (colaborou Glauber Gonçalves) - Foto (Aeroporto Confins): Beto Magalhães/Em/D.A Press
Nenhum comentário:
Postar um comentário