Estudo da Sita, empresa de tecnologia para a indústria da aviação, aponta escassez de funcionários e aeroportos lotados após a pandemia como causa do aumento.
Número de extravio de bagagem em aeroportos no mundo todo quase dobrou entre 2021 e 2022, segundo estudo (Foto: Reprodução/Pixabay) |
O número de bagagens extraviadas em aeroportos do mundo todo quase dobrou de 2021 para 2022. A conclusão é do mais recente estudo sobre o assunto realizado pela Sita, empresa especializada em tecnologia para a indústria da aviação. De acordo com o relatório, esse aumento significativo, após anos seguidos de queda de casos, se deve a diversos fatores como escassez de funcionários e superlotação nos aeroportos no momento de retomada das viagens internacionais após a pandemia.
O relatório "2023 Baggage IT Insights" foi publicado na última terça-feira, 16/5. Segundo o levantamento, a partir de dados de companhias aéreas e da Iata, entidade que reúne essas empresas mundo afora, o índice de malas extraviadas a cada mil passageiros em 2022 foi de 7,6, um número 74,7% superior ao registrado em 2021.
O estudo também detalha os casos mais comuns de malas desaparecidas. Do total de casos, 80% foram frutos de atrasos, ou seja, malas que se perderam ao longo do caminho mas foram logo encontradas e entregues. Os casos de peças perdidas ou roubadas representaram 7% do total. E 13% foram de bagagem danificada.
O levantamento se debruça também sobre os motivos que levam ao extravio de bagagens. A maior parte ocorre no momento da troca de aviões, durante uma conexão aérea, especialmente nas viagens internacionais. Em 2022, 42% das ocorrências foram por atraso nessa transferência. Já a falha no carregamento de bagagens foi responsável por 18% de todas as que foram extraviadas em 2022.
Funcionários de um aeroporto ajeita malas num contêiner (Foto: Reprodução/Pixabay) |
O cenário visto em 2022 é bem diferente do que vinha se desenhando ao longo das duas últimas décadas. Graças ao investimento em rastreamento e segurança nos aeroportos, o índice de extravios de bagagem a cada mil passageiros apresentava queda ano após ano. Em 2021, por exemplo, ele foi 59,7% menor que em 2007.
Por ser uma empresa que fornece justamente serviços tecnológicos para companhias aéreas e aeroportos, a Sita conclui em seu relatório que a solução para este problema passa no aumento de investimento em programas que tornem o sistema de automação do despacho e transferência de bagagem mais eficientes.
Substituir o trabalho humano por soluções tecnológicas é uma tendência no setor aéreo. No que diz respeito às malas, é cada vez mais comum encontrar serviços de autoatendimento nos guichês de companhias aéreas nos aeroportos, onde o próprio passageiro pesa, etiqueta e até mesmo despacha sua bagagem. A operação costuma ser feita em totens específicos, mas também já há casos em que pode ser feita através de aplicativos de celular.
De acordo com o relatório, 96% das companhias aéreas e 72% dos aeroportos já adotam essa prática, e a meta do setor é que todo o serviço de despacho de bagagem seja feito em estilo "self-service" até 2025.
Via O Globo
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