sábado, 1 de maio de 2021

Cias aéreas preveem até 3 anos para retomada, mas esperam melhoras no fim do ano

Velocidade de vacinação será decisiva para que as pessoas possam voltar a viajar.


A pandemia afetou em cheio as companhias aéreas, que devem levar três anos para se recuperar os efeitos causados pela Covid-19. A previsão, no entanto, é de que os primeiros sinais positivos no setor venham no fim deste ano. Enquanto isso, guichês sem fila e corredores vazios têm sido a rotina dos aeroportos pelo país.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) acredita que o cenário pode voltar a dar sinais de melhoras no final do ano, com a oferta de voos domésticos chegando a 75% do que era antes das medidas de isolamento, em março de 2020.

Com o dólar alto, a procura pelos voos internacionais deve acontecer a médio prazo. Até lá, o setor terá que lidar com oscilações e aproveitar os meses de alta demanda.

"Prevemos que o ano no qual se terá um total de passageiros superior a 2019 será 2023 para voo doméstico e 2025 para passagens internacionais. Isso não quer dizer que você não vai ter alguns meses, principalmente na alta temporada de férias, que o número de passageiros vai superar o número de 2019", disse André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company, à CNN.

Especialistas acreditam que a melhoria do cenário depende de alguns fatores, como a evolução da pandemia sob o risco da terceira onda e o surgimento de novas cepas, o desenvolvimento da economia ameaçado pela falta de investimento externo e a reação do setor corporativo, que parece ter se adaptado às novas tecnologias.

"As companhias aéreas têm tomado medidas de redução de custos, redução de frota, redução de despesas com aluguéis de aeronaves, infelizmente reduziram também o quadro de funcionários. Elas tomaram uma série de medidas que levam o mercado financeiro a acreditar que vão sobreviver", conta Castellini.


Os números de duas das principais empresas aéreas do país demonstram a dificuldade do setor: a Latam atualmente opera com 27% da capacidade. Mesmo a Azul, empresa aérea com maior destaque em março, faz menos voos do que gostaria: 480 por dia.

“Os estados ainda estão com restrições, as pessoas ainda estão com muito medo e com razão. Então nesse momento agora estamos voando com 300 voos a menos do que em janeiro desse ano. Essa segunda onda pegou a indústria forte", afirma John Rodgerson, CEO da Azul.

As pessoas vão procurar recuperar o tempo perdido, aposta. "Quantas luas de mel não aconteceram, quantos casamentos, quantos netos nasceram sem ver seus avós, quantas pessoas têm vontade para sair de casa e conhecer praias lindas. Eu acho que a Covid tirou 1 ou 2 anos de vida de muita gente. E infelizmente tirou a vida de muita gente. Ao ser vacinado o povo vai dizer, puxa, eu quero aproveitar a vida mais".

Via Tainá Falcão Da CNN, em São Paulo

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