Ação combate o garimpo ilegal de ouro dentro da Terra Indígena Yanomami.
Polícia Federal e Ministério Público trabalham nas prisões e apreensões.
Operação liderada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal em Roraima prendeu nesta sexta-feira (13) 26 pessoas acusadas de participação em garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami, reserva ambiental que protege cerca de 20 mil índios no estado, e apreendeu ao menos cinco aeronaves que transportavam garimpeiros para a área de proteção.
De acordo com o superintendente da PF, Alexandre Silva Saraiva, foram expedidos 33 mandados de prisão para empresários, pilotos e proprietários de balsas, acusados de financiar e facilitar a atividade ilegal dentro da reserva protegida. Sete pessoas ainda não foram encontradas, mas a varredura deve permanecer ao longo do dia.
Também foram expedidos 44 mandados de busca e apreensão para moradias e lojas instaladas em Boa Vista, capital do estado. Dez foram destinados a apreender aeronaves utilizadas nas atividades ilegais. Até agora, cinco foram encontradas em fazendas ou pistas de pouso clandestinas.
“O foco da operação é atingir o motor econômico do garimpo, a cadeia produtiva, que são os financiadores e aviões utilizados para invadir a terra indígena. A operação foi desenvolvida ao longo de um ano e contribui com outras ações para desmontar os garimpos na região”, disse Saraiva ao G1. Segundo ele, o grupo poderá ser indiciado criminalmente por formação de quadrilha, evasão de divisas e crimes ambientais.
Ouro é principal produto procurado na região
De acordo com o procurador da República Rodrigo Timóteo da Costa e Silva, atividades de garimpo são registradas há cerca de 30 anos na terras indígena, que têm aproximadamente 96 mil km² (área equivalente a mais de quatro vezes o estado do Sergipe). Existem cerca de 20 garimpos ilegais sendo monitorados pela PF, com o objetivo de encontrar ouro.
Uma das aeronaves apreendidas na região de Boa Vista (RR)
Em maio passado, aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) destruíram uma pista clandestina de pouso e decolagem no meio da selva amazônica, a cerca de 200 km de Boa Vista. Foram usadas quatro bombas para destruição da pista, que chegou a abrir crateras de aproximadamente 10 metros de diâmetro de largura e três metros de profundidade. O ponto exato do ataque da FAB foi identificado durante um sobrevoo feito em 11 de abril e registrado por imagens em infra-vermelhos.
Fonte: Eduardo Carvalho (Globo Natureza/G1) - Foto: Divulgação/Polícia Federal
Nenhum comentário:
Postar um comentário