Viajar de avião cresce entre as intenções de consumo das classes de baixa renda, principal- mente no Nordeste
A aviação comercial brasileira vive um momento especial. O crescimento no número de voos, o aparecimento de novas companhias, a modernização das frotas e a necessidade de ampliação da infraestrutura aeroportuária devem-se (e muito) à emergência econômica de milhões de brasileiros das classes C, D e E, que, antes, só conheciam a sensação de voar por meio de filmes e novelas, ou pelos versos romantizados do músico cearense Belchior, cantarolados pela primeira vez, em 1979: "foi por medo de avião que eu segurei pela primeira vez a sua mão".
Mais de 30 anos depois da canção, uma pesquisa revela a quebra de um dos mais antigos paradigmas socioeconômicos do Brasil: o de que "andar" de avião é coisa para rico. O estudo aponta que, em 2010, a intenção de compra de passagens aéreas das camadas sociais mais pobres é de 65%, restando apenas 35% para as classes A e B, principal filão das companhias aéreas, até então. Isto representa praticamente dois terços de cada aeronave ocupados pela nova classe média brasileira. O levantamento foi feito pelos institutos Data Popular e Datafolha, realizado com 2 mil pessoas em todo o Brasil.
Na opinião do sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, a criação de mais empregos com carteira assinada, o aumento real na renda desse trabalhador e o maior acesso ao crédito foram decisivos para ampliar o mercado consumidor brasileiro. "Isso refletiu uma melhora na qualidade de vida da população de classe média e de baixa renda, abrindo espaço para uma categoria de consumo que não tinha tanta prioridade no orçamento dessas famílias: o lazer. As pessoas que já costumavam participar de excursões de ônibus ou daquele ´bate-e-volta´ para a praia perceberam que o turismo aéreo começou a ficar a seu alcance, fazendo crescer não apenas o interesse, mas também a presença de consumidores emergentes entre os clientes das companhias aéreas".
Segundo o estudo, o Nordeste é o principal destino da nova classe média, com 65,6%. Cerca de 83,3% dos nordestinos preferem viajar para estados na região. O Nordeste detém quase um terço da população brasileira e cresce acima da média nacional. Por isso, diz Meirelles, é o local que melhor representa essa tendência emergente. "Em São Paulo, por exemplo, vivem quase seis milhões de nordestinos, tornando a região um destino preferido desse público".
Fonte: Ilo Santiago Jr. (Diário do Nordeste)
A aviação comercial brasileira vive um momento especial. O crescimento no número de voos, o aparecimento de novas companhias, a modernização das frotas e a necessidade de ampliação da infraestrutura aeroportuária devem-se (e muito) à emergência econômica de milhões de brasileiros das classes C, D e E, que, antes, só conheciam a sensação de voar por meio de filmes e novelas, ou pelos versos romantizados do músico cearense Belchior, cantarolados pela primeira vez, em 1979: "foi por medo de avião que eu segurei pela primeira vez a sua mão".
Mais de 30 anos depois da canção, uma pesquisa revela a quebra de um dos mais antigos paradigmas socioeconômicos do Brasil: o de que "andar" de avião é coisa para rico. O estudo aponta que, em 2010, a intenção de compra de passagens aéreas das camadas sociais mais pobres é de 65%, restando apenas 35% para as classes A e B, principal filão das companhias aéreas, até então. Isto representa praticamente dois terços de cada aeronave ocupados pela nova classe média brasileira. O levantamento foi feito pelos institutos Data Popular e Datafolha, realizado com 2 mil pessoas em todo o Brasil.
Na opinião do sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, a criação de mais empregos com carteira assinada, o aumento real na renda desse trabalhador e o maior acesso ao crédito foram decisivos para ampliar o mercado consumidor brasileiro. "Isso refletiu uma melhora na qualidade de vida da população de classe média e de baixa renda, abrindo espaço para uma categoria de consumo que não tinha tanta prioridade no orçamento dessas famílias: o lazer. As pessoas que já costumavam participar de excursões de ônibus ou daquele ´bate-e-volta´ para a praia perceberam que o turismo aéreo começou a ficar a seu alcance, fazendo crescer não apenas o interesse, mas também a presença de consumidores emergentes entre os clientes das companhias aéreas".
Segundo o estudo, o Nordeste é o principal destino da nova classe média, com 65,6%. Cerca de 83,3% dos nordestinos preferem viajar para estados na região. O Nordeste detém quase um terço da população brasileira e cresce acima da média nacional. Por isso, diz Meirelles, é o local que melhor representa essa tendência emergente. "Em São Paulo, por exemplo, vivem quase seis milhões de nordestinos, tornando a região um destino preferido desse público".
Fonte: Ilo Santiago Jr. (Diário do Nordeste)
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