quinta-feira, 30 de junho de 2022

Boeing 727 modificado com radar de caça F-15 é usado em exercício militar nos EUA

O 727-200 da Raytheon foi batizado como Voodoo One e recebeu um nariz de caça F-15 Eagle
 (Foto: Aero Icarus via Wikimedia (CC BY-SA 2.0))
Um clássico trijato Boeing 727 especialmente modificado foi usado pela Raytheon, uma companhia norte-americana, para demonstrar capacidades aos comandantes militares dos EUA.

A aeronave batizada como “Voodoo One” participou do Exercício Valiant Shield 2022 na Base Aérea de Andersen, no Arquipélago de Guam. Durante o exercício, o 727 serviu como plataforma para demonstrar a coleta de dados e compartilhar soluções de direcionamento com sistemas de defesa distribuídos em todo o Oceano Pacífico Ocidental.


Esta foi uma demonstração bem-sucedida aos militares dos EUA de uma capacidade crítica da infraestrutura de Comando e Controle Conjunto de Todos os Domínios, desenvolvida pela própria Raytheon. A companhia usou o seu Boeing 727-200 Multi-Program Testbed (RMT) para demonstrar seu produto aos militares durante o exercício.

O 727 experimental foi equipado com um conjunto de radares e sensores de inteligência eletrônica para caracterizar a ameaça simulada. Os processadores integrados sintetizaram os dados em segundos para criar uma solução abrangente de direcionamento, que foi passada para plataformas táticas.


“No combate de vários domínios, segundos podem significar a diferença entre vitória e derrota”, disse Eric Ditmars, presidente da Secure Sensor Solutions da Raytheon Intelligence & Space.

“Este experimento mostra que podemos fornecer dados sintetizados e de várias fontes aos comandantes mais rápido do que nunca, dando a eles uma vantagem decisiva no campo de batalha”.

O Boeing 727 RMT da Raytheon, juntamente com um avião-tanque KC-135, quatro caças F/A-18 da Marinha dos EUA e uma estação de comando e controle nos EUA, compartilharam dados rapidamente no ambiente simulado e altamente contestado.

“Trazer esses recursos para o campo nos dá o mais alto grau de confiança em sua aplicabilidade no mundo real”, disse Ditmars. “Isso nos permite fazer testes de estresse em ambientes operacionais e acelerar sua maturidade.”

O Valiant Shield 22 é um treinamento de campo bienal exclusivo dos EUA que desenvolve proficiência no mundo real na sustentação das forças por meio da detecção, localização, rastreamento e engajamento de unidades no mar, ar, em terra e no ciberespaço em resposta a uma série de das áreas de missão

Jato clássico e altamente modificado


Os trijatos são aviões cada vez mais raros. Mas este modelo em questão é quase uma “mosca branca”. O 727-223 Voodoo One da Raytheon foi fabricado em 1981, possui o número de série 22467 e a matrícula civil N289MT.

A aeronave serve como plataforma de testes para diversos sensores, radares avançados, computadores militares e demais produtos da Raytheon. Para isso, o 727 foi severamente modificado. A diferença mais clara está no nariz: a clássica “Seção 41” agora abriga um nariz de caça, mais especificamente o mesmo do Boeing F-15 Eagle.

(Foto: Matt Hartman via The War Zone)
Além disso, é comum ver o 727 com um pod instalado na fuselagem ventral. A carenagem, que parece uma espécie de “gôndola”, pode abrigar vários sensores como radares de varredura lateral, câmeras e outros sistemas.

Falando ao portal The War Zone, a chefe do programa de radar do F-15 na Raytheon, Michelle Styczynski, explicou a importância do 727 para as iniciativas de desenvolvimento da empresa.

“Esse avião definitivamente nos deu uma vantagem em termos de testar os diferentes desenvolvimentos que fazemos. Usamos essa aeronave para essencialmente pegar o que fazemos em nosso laboratório e colocá-lo no céu antes de entrar em um jato de teste de combate.”


Além dos radares, o 727 também possui simuladores, como um para o computador de missão ADCP II, usado no F-15EX Eagle II.

“Podemos testar certas coisas e resolver quaisquer bugs que possamos ver, então isso ajuda [… ]no que diz respeito ao desenvolvimento, e também tentamos cortar custos para nossos clientes. […] É uma grande parte de como reduzimos o tempo do ciclo de desenvolvimento para obter tecnologia mais rápida para o cliente.”

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