quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Apesar do aumento de passageiros, companhias aéreas diminuem rotas

Em 2012, as companhias aéreas deixaram de voar para dez cidades brasileiras.

Mas em nove anos, o número de passageiros quase triplicou.


Um quadro preocupante na aviação civil: enquanto o número de passageiros triplicou no país, a quantidade de destinos oferecidos diminui. São cidades que já têm aeroportos, estrutura, mas deixaram de receber os voos.

Luis Sena está a passeio em São Paulo. Foi de avião, mas quando for para a cidade natal, Jequié, na Bahia, só de ônibus ou carro. Jequié fica a 365 quilômetros de Salvador. É uma cidade pequena, de 150 mil habitantes, mas tem até aeroporto.

“Há mais de 10 anos já funcionou voo regular de pequenas aeronaves, mas foi desativada. A dificuldade é justamente, em um momento de precisão, acompanhamento médico, visitar um parente, e ter que se submeter a uma empresa de transporte e ônibus, que leva no mínimo seis horas de viagem para a capital”, explica.

Em 2012, as companhias aéreas deixaram de voar para dez cidades brasileiras. Para o consultor André Castellini, não é difícil entender o motivo. “O transporte nas grandes rotas é o equivalente hoje em dia ao transporte rodoviário, transporte de ônibus, enquanto na aviação regional continua sendo o equivalente de um táxi, ou pelo menos de uma van, é um transporte ainda caro por assento transportado”, afirma.

Se por um lado está mais difícil chegar a algumas cidades do interior de avião, por outro, nos grandes centros, a oferta de voos aumentou. Segundo a Anac, em dez anos, o número de voos domésticos quase dobrou: passou de 643 mil para 1,073 milhão no ano passado.

Um levantamento aponta que o número de passageiros quase triplicou de 2003 para 2012, e chegou a 107 milhões de passageiros em 2012. No mesmo período, o valor da passagem caiu pela metade. O avião ficou mais popular e as empresas mais eficientes.

“Se utilizando aviões maiores, colocando mais assentos dentro dos aviões, simplificando o serviço de bordo”, explica o consultor.

O desafio é acompanhar o crescimento da demanda - que deve triplicar novamente nos próximos 15 anos, segundo o consultor. Quem sabe assim o Seu Luis vai conseguir voltar mais rápido para Jequié.


Fonte: Bom Dia Brasil (TV Globo) - Foto: Reprodução

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