Regime norte-coreano diz que responderá militarmente se sofrer sanções da ONU por navio sul-coreano que teria sido afundado por um torpedo
O regime norte-coreano ameaçou ontem entrar em guerra contra a Coreia do Sul caso sofra sanções da ONU pelo suposto ataque a um navio de guerra sul-coreano em 26 de março. A embarcação de 1.200 toneladas partiu-se ao meio e naufragou, segundo Seul, depois de ter sido atingida por um torpedo disparado por um submarino norte-coreano.
O naufrágio do Cheonan matou 46 marinheiros. Outros 58 foram resgatados do mar com vida. Segundo Seul, foram encontrados pedaços de metais e traços de explosivos usados em torpedos. "Se a Coreia do Sul tentar alguma retaliação, aprovar sanções ou atingir-nos, nós responderemos declarando guerra", disse o porta-voz da Marinha norte-coreana, Pak In-ho à agência de notícias Associated Press.
O incidente de março foi considerado o mais grave desde o armistício da Guerra da Coreia, em 1953. Oficialmente, os dois países continuam em guerra desde então, uma vez que nenhum acordo de paz foi assinado.
Ontem, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, pediu que o Conselho de Defesa das Nações Unidas reúna-se em caráter de urgência hoje, em Nova York, para analisar o caso.
A Casa Branca considerou o suposto ataque "um ato de agressão" que viola o direito internacional e o armistício de 1953. Americanos e sul-coreanos têm 28.500 soldados estacionados na fronteira com a Coreia do Norte. Analistas dizem que ambos os países podem iniciar nos próximos dias exercícios militares na região de fronteira, como já ocorreu em momentos de tensão anteriores.
Pyongyang é acusada de inúmeros ataques contra o vizinho do Sul nos últimos anos. No maior deles, em 1987, um avião comercial sul-coreano foi derrubado matando todas as 115 pessoas que estavam a bordo.
Mas a tensão maior entre as duas Coreias concentra-se na definição dos limites marítimos, que foram estabelecidos unilateralmente pela ONU há 57 anos. A área em litígio tem sido palco frequente de escaramuças entre as Marinhas das duas Coreias, especialmente nos últimos seis meses. Foi nesta mesma região que o navio militar sul-coreano Cheonan naufragou em março.
Sanções. Analistas dizem que as sanções, se adotadas, devem se concentrar especialmente na área econômica. A Coreia do Norte já sofre com sanções anteriores, aplicadas pelo Conselho de Segurança depois que o regime realizou testes nucleares e com mísseis lançados ao mar, na direção da Coreia do Sul e do Japão.
Mas, para que as sanções sejam aprovadas, é necessário o respaldo da China - um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, cujas estreitas relações com o regime norte-coreano são vistas como sinal de condescendência com as reiteradas agressões de Pyongyang.
Mesmo depois da divulgação do relatório final sobre as causas do naufrágio do Cheonan, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Cui Tian-kai, referiu-se ao episódio apenas como um incidente "infeliz". Ele também fez um apelo genérico para que os dois vizinhos garantam a manutenção da paz na Península Coreana.
PARA ENTENDER
Tecnicamente, países estão em conflito
A guerra que teve início em 1950, envolveu 20 países e opôs o Ocidente ao bloco soviético na Península da Coreia, nunca acabou, formalmente. Coreanos do Norte e do Sul assinaram um armistício (cessar-fogo) em 1953, mas nunca um acordo de paz definitivo. Hoje, a fronteira entre os dois países é considerada uma das zonas mais militarizadas do mundo.
Fontes: AP e Reuters via O Estado de S.Paulo
O regime norte-coreano ameaçou ontem entrar em guerra contra a Coreia do Sul caso sofra sanções da ONU pelo suposto ataque a um navio de guerra sul-coreano em 26 de março. A embarcação de 1.200 toneladas partiu-se ao meio e naufragou, segundo Seul, depois de ter sido atingida por um torpedo disparado por um submarino norte-coreano.
O naufrágio do Cheonan matou 46 marinheiros. Outros 58 foram resgatados do mar com vida. Segundo Seul, foram encontrados pedaços de metais e traços de explosivos usados em torpedos. "Se a Coreia do Sul tentar alguma retaliação, aprovar sanções ou atingir-nos, nós responderemos declarando guerra", disse o porta-voz da Marinha norte-coreana, Pak In-ho à agência de notícias Associated Press.
O incidente de março foi considerado o mais grave desde o armistício da Guerra da Coreia, em 1953. Oficialmente, os dois países continuam em guerra desde então, uma vez que nenhum acordo de paz foi assinado.
Ontem, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, pediu que o Conselho de Defesa das Nações Unidas reúna-se em caráter de urgência hoje, em Nova York, para analisar o caso.
A Casa Branca considerou o suposto ataque "um ato de agressão" que viola o direito internacional e o armistício de 1953. Americanos e sul-coreanos têm 28.500 soldados estacionados na fronteira com a Coreia do Norte. Analistas dizem que ambos os países podem iniciar nos próximos dias exercícios militares na região de fronteira, como já ocorreu em momentos de tensão anteriores.
Pyongyang é acusada de inúmeros ataques contra o vizinho do Sul nos últimos anos. No maior deles, em 1987, um avião comercial sul-coreano foi derrubado matando todas as 115 pessoas que estavam a bordo.
Mas a tensão maior entre as duas Coreias concentra-se na definição dos limites marítimos, que foram estabelecidos unilateralmente pela ONU há 57 anos. A área em litígio tem sido palco frequente de escaramuças entre as Marinhas das duas Coreias, especialmente nos últimos seis meses. Foi nesta mesma região que o navio militar sul-coreano Cheonan naufragou em março.
Sanções. Analistas dizem que as sanções, se adotadas, devem se concentrar especialmente na área econômica. A Coreia do Norte já sofre com sanções anteriores, aplicadas pelo Conselho de Segurança depois que o regime realizou testes nucleares e com mísseis lançados ao mar, na direção da Coreia do Sul e do Japão.
Mas, para que as sanções sejam aprovadas, é necessário o respaldo da China - um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, cujas estreitas relações com o regime norte-coreano são vistas como sinal de condescendência com as reiteradas agressões de Pyongyang.
Mesmo depois da divulgação do relatório final sobre as causas do naufrágio do Cheonan, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Cui Tian-kai, referiu-se ao episódio apenas como um incidente "infeliz". Ele também fez um apelo genérico para que os dois vizinhos garantam a manutenção da paz na Península Coreana.
PARA ENTENDER
Tecnicamente, países estão em conflito
A guerra que teve início em 1950, envolveu 20 países e opôs o Ocidente ao bloco soviético na Península da Coreia, nunca acabou, formalmente. Coreanos do Norte e do Sul assinaram um armistício (cessar-fogo) em 1953, mas nunca um acordo de paz definitivo. Hoje, a fronteira entre os dois países é considerada uma das zonas mais militarizadas do mundo.
Fontes: AP e Reuters via O Estado de S.Paulo
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