Em sua oitava missão, prevista para ser lançada na semana que vem, a pequena espaçonave testará comunicações a laser e um sensor inercial quântico.
O X-37B, pequeno avião espacial não tripulado do Pentágono, dos Estados Unidos, iniciará sua oitava missão na semana que vem. Um foguete da SpaceX, de Elon Musk, está programado para lançá-lo na noite de quinta-feira (28), partindo do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Nesta nova missão, o X-37B, operado pelas Forças Especiais americanas, testará comunicações a laser que permitem que satélites compartilhem grandes quantidades de dados no espaço e um sensor inercial quântico que pode ajudar a melhorar a navegação em situações onde os sinais do Sistema de Posicionamento Global não estão disponíveis, conforme relatado pelo The Wall Street Journal.
A espaçonave passou os últimos cinco meses na Terra após uma missão de 434 dias que incluiu testes de manobras orbitais conhecidas como "aerofrenagem" - o movimento ajuda o veículo a usar o arrasto da atmosfera do planeta para mudar sua órbita sem usar muito combustível.
Suas frequentes viagens, destaca o WSJ, refletem o desejo militar dos Estados Unidos por superioridade espacial. Autoridades do país revelaram nos últimos anos novos detalhes sobre as ameaças que, segundo elas, as operações chinesas e russas representam para os satélites comerciais e militares ocidentais.
Apesar disso, não divulgaram muitos detalhes sobre as cargas úteis transportadas pelo X-37B, mas missões anteriores incluíram testes de diferentes materiais em órbita e um experimento que transmitiu energia solar para o solo. Em sua quinta missão, ainda lançou três pequenos satélites que o governo só reconheceu quando retornaram à Terra.
“Há um interesse estratégico global em dizer o que você está colocando no espaço”, disse Jonathan McDowell, pesquisador do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, ao WSJ. “Se os EUA esconderem seus satélites, os chineses também começarão a fazer o mesmo, e isso não é do nosso interesse.”
Uma porta-voz da Força Aérea afirmou ao jornal que o departamento cumpre as obrigações dos tratados internacionais e segue as melhores práticas no espaço.
Semelhança com o ônibus espacial da Nasa
Produzido pela Boeing, o X-37B tem nariz arrebitado, 9 metros de comprimento e envergadura de 4,5 metros. Ele pode ser acomodado dentro de uma cápsula no topo de um foguete como o Atlas V, operado pela joint venture Lockheed Martin-Boeing, ou o Falcon 9, da SpaceX.
Visualmente, parece uma versão reduzida do ônibus espacial aposentado da Nasa que transportou astronautas ao espaço por três décadas. E a semelhança não é coincidência, aponta o WSJ, já que a Boeing aplicou muitas das lições aprendidas com os ônibus espaciais neste projeto.
Outro ponto em comum entre os dois é um escudo de revestimento que protege o veículo do calor durante o voo de volta à Terra, um fator fundamental para que possa ser reutilizado.
A grande diferença está no fato de o X-37B não ser tripulado. Isso permite voos mais longos e mais testes no espaço, apontou Randy Walden, ex-oficial da Força Aérea que trabalhou nas missões anteriores do avião espacial, à publicação.
Michelle Parker, vice-presidente da unidade de Sistemas de Missão Espacial da Boeing, acrescentou que a última missão do X-37B inovou no voo espacial autônomo. Em um comunicado, ela previu que as manobras de naves sem intervenção humana se tornarão mais importantes devido ao congestionamento espacial.
O WSJ observa que ainda não está totalmente claro como a Força Espacial usará o X-37B daqui para frente, e um porta-voz se recusou a dar mais detalhes.
Via Renata Turbiani (Época Negócios)
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