domingo, 14 de janeiro de 2024

'Desempenho técnico' de pilotos foi o motivo mais recorrente para acidentes de helicópteros nos últimos dez anos, segundo o Cenipa

Em seguida, o órgão de investigação aponta os aspectos psicológicos, que correspondem a 31% dos acidentes.

Helicóptero Robinson R44 II (Foto: Reprodução/ Instagram)
Relatórios do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontam que o "desempenho técnico do ser humano" foi a causa para quase metade dos acidentes de helicóptero no Brasil nos últimos dez anos.

Nesta categoria, estão englobados indisciplina de voo, problemas na manutenção da aeronave, julgamento de pilotagem, aplicação de comandos, supervisão gerencial e planejamento de voo, entre outros pontos considerados responsáveis por 47,7% das ocorrências.

Em seguida, o Cenipa aponta os aspectos psicológicos, que correspondem a 31% dos acidentes. Neste ponto, estão incluídas questões como o processo de decisão do piloto, atitude frente a emergências, capacitação, treinamento, organização e percepção. As questões que envolvem o ambiente de operação, como mau tempo, totalizam 9%.

Outros problemas como emergências médicas, infraestrutura e outros totalizaram 5% das ocorrências.

Nesta sexta-feira, foram localizados os destroços do helicóptero que estava desaparecido desde o dia 31 de dezembro de 2023. As causas do acidente ainda serão esclarecidas pelo Cenipa, que faz a investigação não para buscar culpados, mas sim para melhorar a segurança do sistema aéreo e evitar que erros semelhantes voltem a acontecer.

A aeronave decolou do Aeroporto Campo de Marte, na capital paulista, com um grupo que viajava para passar o Réveillon em Ilhabela. Foram 12 dias de buscas até a localização do aparelho.

A aeronave que caiu no litoral de São Paulo era do modelo Robinson 44, conhecido como R-44. O helicóptero custa cerca de R$ 3 milhões em sua versão inicial, e é fabricado pela norte-americana Robinson Helicopter.

O helicóptero monomotor a pistão de pequeno porte foi projetado para transporte executivo, de passeio e de turismo, coberturas jornalísticas e operações agrícolas, como no caso do acidente no Maranhão. A aeronave tem capacidade para transportar um piloto e três passageiros.

Segundo o Cenipa, 65 acidentes já foram registrados com o modelo no Brasil, sendo 29 mortes relacionadas aos acidentes e 11 aeronaves completamente destruídas. 70% das ocorrências foram por fatores operacionais, 27% devido a fatores humanos e 3% por outros motivos.

Ainda de acordo com o órgão investigador, 21 acidentes aconteceram por perda de controle em voo, 12 por colisão com obstáculos durante pouso e decolagem e oito por falha de motor em voo.

Via O Globo

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