Estevão Pereira da Silva trabalha em um hotel e está terminando o curso para trabalhar como comissário de bordo. No tempo livre, vende balas no Centro de Curitiba para conseguir juntar algum dinheiro.
Uma cena um tanto curiosa chamou a atenção de quem passava pela Praça Osório na tarde desta quarta-feira (8 de fevereiro). No meio da praça, localizada no Centro de Curitiba, um rapaz vestindo um uniforme de comissário de bordo vendia pacotes de bala. Era Estevão Pereira da Silva, que está se formando no curso para comissário de bordo e pretende ser piloto de avião. A venda de guloseimas, inclusive, serve para ajudá-lo na caminhada até conseguir juntar recursos para fazer o curso de pilotagem de aeronaves.
Nascido em São Paulo, o homem esteve morando em Resende, no Rio de Janeiro, e se mudou para a capital paranaense há mais de um ano, segundo ele para fazer o curso de comissário de bordo na Drakon Escola de Aviação. Para pagar o curso (parcelado em 12 vezes de R$ 1.150), cujas aulas aulas acontecem de manhã, ele trabalha no período da tarde no Hotel San Juan. Quando tem uma folga, vai até a Praça Osório e vende balas para conseguir juntar algum dinheiro enquanto busca por seus objetivos.
“Já estou começando a juntar dinheiro agora. Eu trabalho como recepcionista de hotel de tarde e esse dinheiro [da venda de balas] que está entrando eu invisto. Estou estudando inglês, investindo no meu curso [de comissário de bordo] e tirando uma documentação que preciso. Já estou me formando [como comissário], só que eu pretendo ser piloto e já estou começando a juntar dinheiro para ver se consigo essas horas de voo”, explica.
Segundo o jovem, para conseguir começar a trabalhar como piloto ele precisa fazer 220 horas de voo, sendo que cada hora custa mais ou menos R$ 650. São mais de R$ 140 mil necessários, então, para ele poder começar a pilotar profissionalmente. E embora esteja terminando o curso para comissário de bordo, seus planos, ao menos por ora, são seguir para uma outra área, onde poderá conseguir juntar mais dinheiro para o curso de pilotagem.
“O meu objetivo é terminar a graduação e eu vou entrar num cruzeiro. Eu sei que não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas é que eu não quero ser comissário mais. Eu gostei muito da aviação, mas decidi que quero ser píloto. E eu descobri que se eu entrar num cruzeiro, trabalhando seis meses consigo até R$ 60 mil, limpo. Se der certo, vai facilitar, porque não vou precisar ficar tanto tempo trabalhando e juntando dinheiro para fazer as horas de voo”, afirma Estevão.
O dinheiro extra com a venda de balas, então, ele tem utilizado para tirar toda a documentação necessária para trabalhar como tripulante. “Às vezes me chamam para fazer taxa lá [no hotel, em dias de folga], mas eles pagam R$ 100. Aqui [vendendo bala na praça], as vezes eu consigo fazer em oito horas mais que isso, até o dobro. Então eu prefiro vir para cá, ainda mais com um tempo bonito desses”, comenta o trabalhador, que também aceita contribuições via PIX, cuja chave é o seguinte número de celular: (41) 99680-7940.
Via Bem Paraná
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