domingo, 28 de junho de 2009

Crea ‘reprova’ estrutura do Aeroporto Marechal Rondon (MT)

Relatório da vistoria realizada pelo órgão aponta deficiências e questiona renovação de alvará de funcionamento por parte da prefeitura de Várzea Grande

Problemas vão desde a sinalização à instalação inadequada de ponto de ônibus na região, diz Crea

O Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, não permite a circulação com autonomia de deficientes físicos ou pessoas com mobilidade reduzida. É o que aponta o relatório das vistorias feitas no início do mês pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), e que agora confirma o que já era deduzido mesmo pela população local sem olhar técnico. Por falta da estrutura devida, o prédio nem poderia ter o alvará de funcionamento renovado, segundo o Crea. A documentação deve ser ainda investigada.

“Esse espaço público é inacessível, impedindo ou dificultando parcela da população de usufruí-lo”, diz o documento, referindo-se à falta de acessibilidade em espaços que vão desde a sinalização e a estrutura da Superintendência Regional da Infraero - que também compreende ruas e calçadas do entorno - até o inadequado ponto de ônibus instalado nas proximidades pela prefeitura de Várzea Grande.

Segundo o relatório, o aeroporto não atende à legislação que determina as regras de acessibilidade e, por conta disso, a Infraero “não poderia ter renovado seu alvará de funcionamento junto à prefeitura municipal de Várzea Grande, nem sua licença junto ao Corpo de Bombeiros”. O documento, que apresenta uma série de recomendações para melhorias no aeroporto, foi enviado pelo Crea à Infraero e ao procurador da República Gustavo Nogami. Ele ainda não anunciou que medidas adotará.

Coordenador de acessibilidade do Crea, Givaldo Dias Campos enfatiza que a pior carência do aeroporto é o sistema de embarque e desembarque de passageiros com necessidades especiais. O passageiro cadeirante tem de ser carregado, o que é um constrangimento, diz Campos.

O improviso por parte dos funcionários das empresas aéreas ocorre devido à falta de um sistema de embarque por meio de pontes ou aparelhos de elevação como o “ambulift”, mecanismo que ergue o passageiro especial até a entrada da aeronave.

Outro aspecto observado é o acesso à área do aeroporto. Segundo o coordenador de acessibilidade, as rotas de entrada não oferecem sinalização e suporte nem para o deficiente que chega de carro (as vagas especiais estão fora das normas técnicas), ônibus, táxi ou a pé. As calçadas do local não possuem rebaixo e o pavimento é ruim.

Dentro do aeroporto, foram reprovadas também as estruturas da praça de alimentação, banheiros (só há um banheiro unissex com acessibilidade), saguão, espaço da Vigilância Sanitária, Polícia Federal e a sala de embarque, que sequer possui bancos adequados. O Crea recomendará à Procuradoria da República que exija alterações estruturais à Infraero.

Fonte: Renê Dióz (Diário de Cuiabá)

Nenhum comentário: