domingo, 28 de junho de 2009

Parentes pedem corpos de vítimas do acidente com avião da TAM em Congonhas

Dois anos depois do acidente aéreo que deixou 199 vítimas em 2007, no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, fragmentos de 30 pessoas que morreram no voo 3054 da TAM ainda não foram entregues aos seus parentes. A informação é do presidente da associação dos familiares das vítimas da tragédia, Dario Scott, que perdeu a filha Taís, de 14 anos, na tragédia, a maior da aviação brasileira. O Airbus da TAM explodiu e se incendiou. O fogo consumiu a aeronave durante horas e os corpos foram carbonizados.

- O Instituto de Criminalística falou que tínhamos que realizar um procedimento jurídico pedindo a liberação do que foi encontrado e entrei em contato com os advogados da TAM pedindo isso. Queremos fazer uma cremação coletiva com os restos. Temos direito a isso. A minha filha está lá entre os fragmentos - , diz Scott

Segundo ele, cada família de passageiro deveria individualmente pedir a liberação.

- É triste, mas essa é a realidade. Queremos fazer um enterro digno para eles - explica.

Por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública, o superintendente da Polícia Técnica Científica, Celso Perioli, informou que os fragmentos de corpos já identificados de algumas vítimas estão à disposição dos familiares no Instituto Médico Legal (IML). O órgão não diz se é ou não necessário um procedimento jurídico para a retirada.

- São fragmentos pequenos de vítimas que já haviam sido reconhecidas e liberadas e que foram identificadas depois. O trâmite é mais complicado - diz.


O diretor do Instituto de Criminalística, Oswaldo Negrini, afirma que o órgão guarda pequenas partes de todas as vítimas identificadas como uma espécie de "contra-prova", caso seja necessária a realização de uma nova perícia. "É uma obrigação legal guardarmos isso", explica.

- O que pode ter acontecido é que muitos corpos foram liberados na época, a pedido das famílias, enquanto as buscas continuavam. Podem ter achado uma parte de um corpo identificado posteriormente e que depois foi liberado - completa Negrini.

Segundo o diretor, o instituto buscou reconstruir corpos das vítimas da tragédia em Congonhas. E isso ia sendo feito à medida que fragmentos e partes eram encontradas, "para tentar entregar à família o corpo inteiro".

Ele ressalta, porém, que os caixões foram entregues aos familiares lacrados, e que, apenas alguns poucos casos, foi possível a reconstituição do rosto, devido ao fato dos corpos terem sido carbonizados.

Fonte: Tahiane Stochero (Diário de S.Paulo) via O Globo

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