Os investigadores perguntarão aos pilotos quanta neve eles viram ao voar pela área de Buffalo na noite de quinta-feira, mais ou menos no momento em que um vôo que partiu de Newark caiu, matando 50 pessoas, mas um membro do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos Estados Unidos instou "cautela quanto a conclusões apressadas de que o gelo causou a queda".
De fato, algumas das informações que costumam surgir depois de acidentes causado por gelo - como informações de outros pilotos sobre problemas de congelamento em seus aviões, ou comentários a respeito de congelamento de superfícies de controle nas comunicações do avião que caiu - não surgiram até o momento durante a investigação sobre a queda do voo 3.407 da Continental Connection.
O avião que caiu, um bimotor a hélice Bombardier Dash 8 Q400, atingiu uma casa em Clarence Center, Nova York, causando a morte das 49 pessoas que estavam a bordo e de um homem que estava na casa.
Houve informações de que havia congelamento moderado na área, disse Steven Chealander, do NTSB. Mas outro aparelho regional da Continental Airlines - também um Dash 8 Q400 - voou a mesma rota do voo 3.407, de Newark a Buffalo, apenas 27 minutos mais tarde e concluiu a viagem sem incidentes, ele disse.
Havia equipes procurando pedaços do avião na segunda-feira, e não fosse a presença dos policiais e de flores deixados ali em homenagem às vítimas, o local poderia confundido com um canteiro de obras. Mas o equipamento pesado foi desligado por algum tempo e os trabalhadores suspenderam seus esforços enquanto alguns familiares de vítimas chegavam de ônibus para ver o local pela primeira vez.
"Nós suspendemos o nosso trabalho", diz Chealander, "para permitir que eles prestassem sua homenagem às pessoas que perderam. Não posso dizer mais que isso. Foi um momento privado, para eles, e não o descreveria de outra maneira".
Sempre que um avião a hélice cai no inverno, o congelamento se torna causa provável imediatamente. Engenheiros, pilotos, controladores de tráfego aéreo e outros especialistas sabem há anos que o gelo pode causar problemas graves a um avião porque altera o fluxo de ar pela forma finamente esculpida do aparelho.
Aparelhos como o Dash 8 contam com um revestimento pneumático feito de um material semelhante à borracha que se infla e desinfla para romper o gelo acumulado nos bordos de ataque das asas. Mas há ocasiões em que gotas de chuva ou gelo podem escapar a esse sistema e começar a se acumular no tipo da asa, uma área desprotegida pelo sistema. Em 1994, um ATR-72 caiu em Roselawn, Indiana, por conta do congelamento de superfícies que ajudaram a criar um vácuo parcial por trás delas, levando o avião a perder a sustentação.
Uma das dificuldades de voar em nevascas é que a tripulação precisa decidir se existe gelo na cauda - invisível da cabine de pilotagem - ou nas asas. A correção adotada pelo piloto para o gelo nas asas pode agravar o problema gerado por gelo na causa. As pistas são muito sutis; por exemplo, gelo nas asas pode fazer o avião oscilar, mas gelo na cauda pode fazer com que os controles oscilem.
Em um vídeo que a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) produziu para instrução de pilotos em 1997, William Rieke, piloto e pesquisador do Centro Lewis de Pesquisa da Nasa, em Cleveland, alerta que, se o gelo causou estol aerodinâmico da cauda e o piloto o confunde com estol das asas, "você e seus passageiros podem sofrer as consequências".
"Lembre-se de que você tem muito pouco tempo para diagnosticar corretamente o problema e tomar medidas corretivas", aconselha o vídeo.
Apontar o nariz para baixo, o que permite que o avião ganhe velocidade e protege contra formação de gelo nas asas, muda o ângulo no qual o vento encontra a cauda e pode tornar o estol mais provável. Na noite de quinta-feira, um sistema automático no avião cujo objetivo é combater o estol de asas forçou o nariz do aparelho para baixo.
O nariz em seguida voltou a subir, e a descer outra vez, enquanto o avião rolava para um dos lados. A altitude era baixa demais para permitir que a tripulação retomasse o controle.
Uma das questões a determinar é se a tripulação elevou o nariz intencionalmente ou se isso aconteceu por outro motivo.
O avião estava voando a cerca de 255 km/h, disse Chealander, acima da velocidade de estol de 190 km/h. A velocidade de estol é a velocidade mínima para que um avião continue em voo.
Mas por algum motivo um sistema automático de prevenção de estol aerodinâmico entrou em ação, desligando o piloto automático que estava conduzindo o aparelho ao aeroporto, cerca de 10 km adiante. Isso aconteceu quando a tripulação estava abaixando os flaps, controles aerodinâmicos nas asas que ajudam a voar em baixa velocidade.
Tom Ratvasky, engenheiro aeronáutico da Nasa, diz que sua agência e a Administração Federal da Aviação (FAA) têm trabalhado com mais afinco nos últimos anos para ensinar aos pilotos sobre os riscos de voar em situações de congelamento.
Fonte: The New York Times via Terra
De fato, algumas das informações que costumam surgir depois de acidentes causado por gelo - como informações de outros pilotos sobre problemas de congelamento em seus aviões, ou comentários a respeito de congelamento de superfícies de controle nas comunicações do avião que caiu - não surgiram até o momento durante a investigação sobre a queda do voo 3.407 da Continental Connection.
O avião que caiu, um bimotor a hélice Bombardier Dash 8 Q400, atingiu uma casa em Clarence Center, Nova York, causando a morte das 49 pessoas que estavam a bordo e de um homem que estava na casa.
Houve informações de que havia congelamento moderado na área, disse Steven Chealander, do NTSB. Mas outro aparelho regional da Continental Airlines - também um Dash 8 Q400 - voou a mesma rota do voo 3.407, de Newark a Buffalo, apenas 27 minutos mais tarde e concluiu a viagem sem incidentes, ele disse.
Havia equipes procurando pedaços do avião na segunda-feira, e não fosse a presença dos policiais e de flores deixados ali em homenagem às vítimas, o local poderia confundido com um canteiro de obras. Mas o equipamento pesado foi desligado por algum tempo e os trabalhadores suspenderam seus esforços enquanto alguns familiares de vítimas chegavam de ônibus para ver o local pela primeira vez.
"Nós suspendemos o nosso trabalho", diz Chealander, "para permitir que eles prestassem sua homenagem às pessoas que perderam. Não posso dizer mais que isso. Foi um momento privado, para eles, e não o descreveria de outra maneira".
Sempre que um avião a hélice cai no inverno, o congelamento se torna causa provável imediatamente. Engenheiros, pilotos, controladores de tráfego aéreo e outros especialistas sabem há anos que o gelo pode causar problemas graves a um avião porque altera o fluxo de ar pela forma finamente esculpida do aparelho.
Aparelhos como o Dash 8 contam com um revestimento pneumático feito de um material semelhante à borracha que se infla e desinfla para romper o gelo acumulado nos bordos de ataque das asas. Mas há ocasiões em que gotas de chuva ou gelo podem escapar a esse sistema e começar a se acumular no tipo da asa, uma área desprotegida pelo sistema. Em 1994, um ATR-72 caiu em Roselawn, Indiana, por conta do congelamento de superfícies que ajudaram a criar um vácuo parcial por trás delas, levando o avião a perder a sustentação.
Uma das dificuldades de voar em nevascas é que a tripulação precisa decidir se existe gelo na cauda - invisível da cabine de pilotagem - ou nas asas. A correção adotada pelo piloto para o gelo nas asas pode agravar o problema gerado por gelo na causa. As pistas são muito sutis; por exemplo, gelo nas asas pode fazer o avião oscilar, mas gelo na cauda pode fazer com que os controles oscilem.
Em um vídeo que a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) produziu para instrução de pilotos em 1997, William Rieke, piloto e pesquisador do Centro Lewis de Pesquisa da Nasa, em Cleveland, alerta que, se o gelo causou estol aerodinâmico da cauda e o piloto o confunde com estol das asas, "você e seus passageiros podem sofrer as consequências".
"Lembre-se de que você tem muito pouco tempo para diagnosticar corretamente o problema e tomar medidas corretivas", aconselha o vídeo.
Apontar o nariz para baixo, o que permite que o avião ganhe velocidade e protege contra formação de gelo nas asas, muda o ângulo no qual o vento encontra a cauda e pode tornar o estol mais provável. Na noite de quinta-feira, um sistema automático no avião cujo objetivo é combater o estol de asas forçou o nariz do aparelho para baixo.
O nariz em seguida voltou a subir, e a descer outra vez, enquanto o avião rolava para um dos lados. A altitude era baixa demais para permitir que a tripulação retomasse o controle.
Uma das questões a determinar é se a tripulação elevou o nariz intencionalmente ou se isso aconteceu por outro motivo.
O avião estava voando a cerca de 255 km/h, disse Chealander, acima da velocidade de estol de 190 km/h. A velocidade de estol é a velocidade mínima para que um avião continue em voo.
Mas por algum motivo um sistema automático de prevenção de estol aerodinâmico entrou em ação, desligando o piloto automático que estava conduzindo o aparelho ao aeroporto, cerca de 10 km adiante. Isso aconteceu quando a tripulação estava abaixando os flaps, controles aerodinâmicos nas asas que ajudam a voar em baixa velocidade.
Tom Ratvasky, engenheiro aeronáutico da Nasa, diz que sua agência e a Administração Federal da Aviação (FAA) têm trabalhado com mais afinco nos últimos anos para ensinar aos pilotos sobre os riscos de voar em situações de congelamento.
Fonte: The New York Times via Terra
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