quarta-feira, 16 de julho de 2025

Uberlândia (MG): avião faz pouso de emergência após colisão com pássaros

Urubu atingiu motor de King Air C90, que retornou em segurança; Aena detalha plano de risco de fauna.


Um incidente envolvendo o Beechcraft C90GTx King Air, prefixo PS-UNI, da Just Just Holding Ltda., foi registrado em Uberlândia na tarde deste domingo (13). Por volta das 13h50, a aeronave decolou do aeroporto local, mas precisou retornar após um urubu colidir e ficar preso no motor do avião, em um caso classificado como bird strike.

Segundo fontes ouvidas pelo Regionalzão, apesar do susto, o piloto conseguiu fazer um pouso de emergência seguro. Após verificações de segurança junto à manutenção, a aeronave conseguiu decolar novamente sem maiores problemas.

O King Air C90 é considerado um dos modelos mais seguros da aviação executiva, conhecido como “Rei dos dois mundos” por operar tanto em pistas curtas quanto em aeroportos maiores. Entretanto, o modelo ganhou notoriedade por estar envolvido em acidentes marcantes, como o que vitimou a cantora Marília Mendonça em 2021 e o ministro Teori Zavascki em 2017.


A administração do aeroporto de Uberlândia, gerida pela Aena, explicou as medidas preventivas para evitar acidentes com fauna. Segundo nota enviada ao Regionalzão, “A Aena promove um trabalho de Gerenciamento de Risco de Fauna em toda a rede de aeroportos que administra no Brasil, incluindo o de Uberlândia. Para prevenir colisões entre aeronaves e fauna, como as diversas espécies de aves, uma série de ações são obrigatórias pela equipe de meio ambiente, segurança, manutenção e operações do aeródromo.”

Ainda de acordo com a empresa, “A rede Aena cumpre um Programa de Gerenciamento de Risco da Fauna específico para cada aeroporto e sua respectiva ASA (área de segurança aeroportuária) para mitigação e/ou eliminação de risco, com atuação constante nos 4A – Abrigo, Água, Alimento e Acesso.”

Entre as medidas adotadas, estão o monitoramento constante, censos faunísticos, técnicas de afugentamento e, quando necessário, a captura de animais. São avaliados fatores como a presença de abrigo, água e alimento que possam atrair aves, além de aspectos da infraestrutura, como gramados e estruturas danificadas.

A Aena informou também que “Os registros de espécies nos sítios aeroportuários baseiam-se em métodos diretos, como observação visual ou zoofonia, e métodos indiretos, como análise de rastros, pegadas e outros vestígios. As informações são coletadas diariamente para garantir a segurança das operações.”

Além do trabalho técnico, há ações de educação ambiental junto às comunidades próximas aos aeroportos, com palestras, distribuição de panfletos e outras iniciativas para conscientizar sobre o risco que a fauna representa para a segurança operacional.

Mesmo com todos os protocolos, situações como a deste domingo evidenciam os desafios constantes do setor aéreo em relação ao risco de fauna, especialmente em regiões onde a presença de aves é intensa. Felizmente, ninguém se feriu e o incidente não provocou danos graves à aeronave.

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