sexta-feira, 7 de julho de 2023

Quatro países pedem indenização do Irã por avião abatido com 176 pessoas a bordo

Governo iraniano alega que aeronave ucraniana foi derrubada por engano, em janeiro de 2020.

Irã enfrenta procedimento na Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, na Holanda
(Foto: Ontheway Advice/Wikimedia Commons)
Canadá, Ucrânia, Suécia e Reino Unido pediram abertura de procedimento na Corte Internacional de Justiça, em Haia, nesta quarta-feira, para exigir que o Irã pague indenizações às famílias dos passageiros de um avião derrubado por Teerã em 2020. Os quatro países consideram que o Irã violou uma série de obrigações de aviação civil ao abater o voo PS752 da Ukraine International Airlines, após a decolagem da capital iraniana, causando a morte dos 176 ocupantes, na maioria iranianos e canadenses.

Três dias depois do episódio, o Irã admitiu que militares das Forças Armadas do país haviam disparado por engano no Boeing 737-800 com destino a Kiev. Os quatro países — que tinham cidadãos a bordo — anunciaram, no mês passado, que iriam à Corte em busca de ressarcimento, em nome das famílias das vítimas. Eles pedem ao tribunal que "ordene reparação total por todos os danos causados" e que obrigue o Irã a pagar "indenização integral aos demandantes pelos danos materiais e morais sofridos pelas vítimas e por suas famílias".

Quando a Guarda Revolucionária iraniana abateu o avião, em 8 de janeiro de 2020, logo após a decolagem do aeroporto de Teerã, as autoridades do país classificaram o episódio como “erro desastroso”. O governo iraniano declarou que militares confundiram a aeronave com um míssil americano, em um momento em que as tensões entre os dois países estavam elevadas.

Um relatório interno de 2021 culpou um defeito no radar e um erro de um operador de defesa pela falha. Na época, a Ucrânia criticou fortemente as conclusões da investigação iraniana, acusando o país de acobertar as verdadeiras razões do abate, que suspeitava ter sido intencional.

Em abril, a justiça iraniana condenou 10 integrantes das Forças Armadas à prisão pelo incidente, mas as famílias das vítimas criticaram o veredito. No documento enviado à Corte de Haia, os países pedem reparação total pelos danos causados e que o país devolva os pertences das vítimas.

Via O Globo com AFP

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