domingo, 12 de março de 2023

Piloto morre e filha está em estado grave após aeronave cair sobre casas em BH

Aeronave atingiu duas casas na queda, mas não houve vítimas nos imóveis, segundo o Corpo de Bombeiros.

(Foto: Fred Dávila)
O piloto da aeronave particular Cessna R182 Skylane RG, prefixo PT-FLK, que caiu sobre casas em Belo Horizonte na tarde deste sábado (11) morreu após dar entrada em estado gravíssimo no Hospital Pronto Socorro João XXIII. A informação é da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). A filha, que estava com ele no voo, está em estado grave.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para a rua Morro das Graças, no bairro Jardim Montanhês, para socorrer o piloto, de 60 anos, e a passageira, de 33 anos, que estavam inconscientes e presos às ferragens.

(Foto: Fred Dávila)
As vítimas foram resgatadas e entregues aos cuidados das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os militares disseram que em ambas foi constatado politraumatismo.

Os bombeiros informaram, ainda, que a aeronave atingiu duas casas na queda, mas não houve vítimas nos imóveis atingidos. Também informaram que não houve incêndio, mas que realizavam um sistema preventivo, nesta tarde, devido ao risco de explosão.

(Foto: Redes sociais)
Ainda de acordo com os militares, a Defesa Civil foi acionada para avaliação estrutural dos imóveis.

A aposentada Neuza de Fátima Gonçalves, moradora da rua Morro da Graça, no Bairro Jardim Montanhês, estava almoçando na sala de casa quando foi surpreendida por um avião caindo em seu telhado. “Foi um susto tremendo. Um barulho tremendo. Eu estava na sala, almoçando e vendo televisão, tranquila e um avião caiu na minha casa, entre a cozinha e a sala”, conta a aposentada. 

A queda do monomotor na rua Morro das Graças, bairro Jardim Montanhês, região Noroeste de BH, deixou os vizinhos assustados. Vários correram ao local imediatamente para ajudar a socorrer as duas vítimas que estavam dentro do avião. 

"Eu estava na varanda da minha casa, aí ouvi um barulho muito forte, de um motor. Só vi um vulto descendo e fez um barulho com se estivesse girando e levantou muita poeira”, conta Luzia Abreu, dona de casa. 


A Força Aérea Brasileira (FAB) já trabalha para começar a perícia na Rua Morro da Graça, palco do acidente no Jardim Montanhês. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas (Cenipa), ligado à Aeronáutica, vai enviar um perito, que é major.  
 
Assim que desembarcar no Aeroporto de Confins, na Grande BH, o major vai se dirigir diretamente ao local do acidente, onde irá avaliar as circunstâncias e identificar evidências que ajudem a identificar as causas da queda.

Histórico de acidentes


O acidente deste sábado se soma a um histórico de desastres que representa um medo constante para moradores. O Aeroporto Carlos Prates começou a funcionar em janeiro de 1944, há quase 80 anos, e, desde então, o terminal que teve boa parte de sua trajetória ligada à voos de instrução e formação de pilotos, é uma preocupação para os residentes da região, que foi se tornando mais populosa com o crescimento da capital mineira.

Quem mora há mais de 20 anos nos bairros próximos ao aeroporto mal pode contar nos dedos das mãos as ocorrências com aviões e convive com o medo de acidentes a cada aeronave que sobrevoa a região, deixando ou chegando ao terminal. 

Em 2008, três pessoas ficaram feridas após um avião cair no telhado de um depósito no mesmo Bairro Jardim Montanhês. O acidente aconteceu instantes depois da aeronave decolar no Aeroporto Carlos Prates.

Quatro anos depois, em agosto de 2012, um helicóptero caiu na cabeceira do aeroporto, ferindo o piloto e um aluno. O acidente aconteceu próximo ao Anel Rodoviário.

Em 2014, quatro acidentes aconteceram no final do ano. Em outubro, três pessoas ficaram feridas após pouso de emergência entre Juatuba e Igarapé de avião que partiu do Aeroporto Carlos Prates. Um mês depois, a queda de um avião de pequeno porte sobre uma casa nas imediações do terminal deixou dois feridos.

Em dezembro de 2014, outro avião de pequeno porte caiu próximo ao aeroporto, desta vez, no Anel Rodoviário. O piloto conseguiu sair da aeronave sem ferimentos graves e foi atendido por uma ambulância do Samu.

Em 2019 dois acidentes aéreos aconteceram em um intervalo de seis meses, ambos na Rua Minerva, Bairro Caiçara. Em abril, uma aeronave colidiu com um poste segundos após decolar no Aeroporto Carlos Prates, pegou fogo e o piloto morreu imediatamente. Em outubro, a queda de outra aeronave vinda do terminal resultou na morte do piloto e de duas pessoas que estavam em terra.

Via g1, ASN, Itatiaia e Estado de MInas

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