Sete passageiros de um voo da Lufthansa foram hospitalizados após o avião passar por uma forte turbulência. Segundo o canal de televisão norte-americano Fox Business, a aeronave foi atingida por um raio e ficou em queda livre por alguns momentos.
Milhares de aviões são atingidos por raios anualmente, no entanto, isso não representa mais riscos para quem está voando. As aeronaves modernas são desenvolvidas para não sofrerem com raios, e passam por revisões de segurança cada vez que isso ocorre. O voo em questão estava indo de Austin, no Texas (EUA), para Frankfurt, na Alemanha, na última quarta-feira (1).
THE VIEW FROM INSIDE: New video shows food that went flying from what passengers describe as a “free fall" on Lufthansa Flight 469. The plane was flying from Austin to Frankfurt when it diverted to Dulles due to significant turbulence. @nbcwashington pic.twitter.com/hwvG61hQUp
— Michael Pegram (@MichaelPNews) March 2, 2023
Afinal, um raio pode derrubar um avião?
Não, já que quem está dentro de um avião não sofre com a descarga elétrica de um raio e os danos ficam na parte externa da aeronave. Apesar disso, em grande parte das vezes em que um caso desses acontece, o piloto decide pousá-lo. para que sejam feitas inspeções de segurança. São os próprios tripulantes que definem se será possível continuar voando até o destino final ou se será preciso colocar o avião no solo o quanto antes.
A descarga elétrica de um raio não afeta quem está dentro de um avião porque a fuselagem metálica forma um invólucro que conduz a eletricidade à sua volta. De maneira simplificada, isso se dá devido ao conceito da Gaiola de Faraday: o raio é conduzido apenas pelo lado de fora do avião, e quem está do lado de dentro deve sentir somente o incômodo do clarão e do som (se for o caso).
Até mesmo nos aviões modernos, com a fuselagem feita de materiais compósitos, que não são tão bons condutores de eletricidade, há estruturas e tratamentos para isso. Nessas situações, os materiais, como a fibra de carbono encontrada na fuselagem, são cobertos com uma fina camada de cobre, além de serem pintados com uma tinta que contém alumínio.
Acidente incentivou novas recomendações de segurança
Em dezembro de 1963, o avião que fazia o voo Pan Am 214 caiu em decorrência de um raio, matando todas as 81 pessoas a bordo. O Boeing 707 se aproximava do aeroporto internacional da Filadélfia (EUA) quando um raio atingiu sua asa.
O relatório do acidente indicou que a causa provável para a queda tenha sido uma explosão da mistura de combustível com o ar dentro da asa, que teria sido induzida pelo raio. Após essa tragédia, foram feitas algumas recomendações de segurança, entre elas:
- instalação de descarregadores de eletricidade estática nos aviões que ainda não os possuíam;
- utilização apenas de combustível Jet A nos aviões comerciais, já que esse gera menos vapor inflamável em comparação com outros combustíveis;
- mudança de peças e sistemas nos tanques das asas para evitar a formação de vapores que possam entrar em ignição com tanta facilidade.
Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo) com reportagem de 06/04/2022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário