segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Avião da Gol sofre um “despalhetamento de motor” no Aeroporto de Congonhas

Segundo especialista, incidente de 'despalhetamento de motor' ocorre principalmente por fator explosivo ou por colisão com aves.


Imagens fornecidas ao
Aeroin nessa tarde de sábado, 26 de novembro, mostram os detritos metálicos ejetados pelo motor esquerdo do Boeing 737-8EH, prefixo PR-GXP, da Gol Linhas Aéreas, ao apresentar falha no início da decolagem no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.


As fotos que ilustram essa matéria mostram que, pela aparência e formato dos detritos, devem se tratar de pedaços dos discos da seção de turbina do motor, porém, é necessário aguardar pela investigação do incidente, que determinará exatamente quais partes do propulsor falharam e qual foi o motivo dessa falha.


Como visto mais cedo nas matérias anteriores, os pilotos do jato de matrícula PR-GXP foram autorizados a decolar de Congonhas no voo G3-1016, porém, às 09h45, no momento em que foi aplicada potência, o motor apresentou problema, levando à rejeição da decolagem ainda nos metros iniciais da pista.


A aeronave pôde ser taxiada de volta para o pátio do aeroporto, porém, os detritos ejetados pelo motor causaram o fechamento da pista principal por uma hora e meia até a remoção dos pedaços metálicos e a limpeza da pista.


O vídeo do momento do incidente pode ser visto novamente neste link, e há também a gravação feita por um passageiro daquele voo, que pode ser vista neste link.

Em nota, a Infraero informou que “ao dar potência no motor no momento da decolagem, a turbina (do motor da aeronave da Gol) se desintegrou gerando grande quantidade de material na pista”. Por conta dos detritos espalhados no aeródromo, as operações em Congonhas ficaram suspensas entre 9h49 e 11h28 do sábado, período em que foi realizado uma limpeza minuciosa do trecho.

A pane ocorrida com o avião da Gol foi um incidente conhecido como “despalhetamento do motor”. É um problema que ocorre quando as palhetas (ou lâminas) das turbinas do motor turbofan se desprendem do eixo, resultando em seu desligamento.


Consultado pelo AIRWAY, Annibal Hatem Junior, professor de engenharia aeroespacial da Universidade Federal do ABC (UFABC), explicou que “os motores à jato tem na sua parte dianteira o compressor, cuja função é aumentar a pressão do ar na entrada. O compressor está no mesmo eixo da turbina e é composto por várias palhetas com perfis de asa. O ‘despalhetamento’ é o nome que se dá quando essas peças se soltam”.

De acordo com o especialista da UFABC, o despalhetamento ocorre principalmente por fator “explosivo ou colisão com ave”. A Gol, porém, não informou o que motivou a pane no motor de sua aeronave.

Hatem Junior ainda acrescentou que o incidente de despalhetamento de motor acontece na maioria dos casos com a aeronave em solo, mas ele também pode ocorrer em voo. “É mais raro, pois quando a aeronave está em voo, o motor já saiu do estado parado para a rotação de regime. Na pista, durante a aceleração para atingir a rotação, que deve máxima na decolagem, é quando a situação é mais crítica.”

Via Murilo Basseto (Aeroin) e Thiago Vinholes (Airway) - Imagens: Reprodução

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