sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Caça milionário e mais moderno tem um ponto fraco: uma pequena ave

Caça F-35B Lightning II, considerado o mais moderno da atualidade
(Foto: Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos)
O caça F-35 é considerado o mais moderno da atualidade, tendo sido introduzido em operação a partir de 2015 e com mais de 840 unidades vendidas mundo afora. Produzido pela Lockheed Martin, entretanto, ele se viu em situações delicadas nos últimos anos envolvendo um pequenino inimigo: uma ave.

Essas criaturas, que muitas vezes pesam poucos gramas, podem causar problemas sérios nas aeronaves, levando a emergências e acidentes.

Em 2019, uma reportagem da BBC mostrou uma ave sendo sugada pelo motor de um F-35 enquanto ele pairava para pousar em um porta-aviões. Após isso, ele precisou pousar rapidamente, o que aconteceu em segurança.

Em janeiro deste ano, um F-35 da Coreia do Sul precisou fazer um pouso de emergência também após seus motores sugarem uma ave durante o voo. Nesse caso, houve um acidente mais grave, com falhas em alguns sistemas, obrigando o avião a tocar na pista de barriga, ou seja, sem o trem de pouso estar estendido.

É comum um avião milionário, que custa mais de US$ 101,3 milhões (R$ 537,2 milhões) ter problemas com animais tão pequenos?

Como é possível? 


A ingestão de objetos estranhos pelos motores de aviões pode causar alguns problemas. Na maioria das vezes, isso não representa uma preocupação maior, mas, em algumas situações, é preciso agir de maneira rápida.

Embora não seja comum isso acontecer, dependendo da extensão do dano, mesmo esse caça pode enfrentar uma situação delicada. Ainda que com décadas de desenvolvimento militar, esse tipo de problema não foi contornado, mesmo já tendo causado vários acidentes ao longo dos anos.

Onde está o risco? 


Os motores possuem pás em seu interior e, no geral, quando uma ave é sugada e bate em uma delas, é dilacerada e acaba jogada para a parte mais externa do canal de passagem de ar, não atrapalhando o voo.

Às vezes, ela pode ser sugada para uma parte crítica do motor ou danificar seriamente uma dessas pás, prejudicando e causando instabilidade para todo o conjunto, gerando a emergência.

Trecho de vídeo da BBC mostrando ave prestes a ser ingerida pelo motor de um F-35B
(Imagem: Reprodução/YouTube/BBC)
Em algumas situações, pode até ser necessário trocar o motor antes de a aeronave voltar a voar. Entretanto, mesmo que o impacto seja mais severo, o motor é protegido para não causar danos à estrutura do avião.

No caso dos F-35, as investigações estão nas mãos dos militares, que deverão analisar o que ocorreu. Não há garantia de que o resultado seja divulgado publicamente.

Aves são um risco para meu voo?


Muito pouco. Os aviões comerciais possuem mais camadas de segurança do que caças militares no geral.

Um avião de passageiros, por exemplo, se sofrer a colisão com uma ave em um dos motores e ele parar de funcionar, ainda contará com o outro para realizar as manobras e pousar o avião em segurança.

No caso do F-35, ele possui apenas um motor, por isso o impacto teria causado tantos problemas e ele não conseguiria manter o voo adequadamente.

O avião


O caça F-35 é uma das mais novas e modernas aeronaves de combate desenvolvida nos EUA. É um modelo de quinta geração, a mais avançada, e, devido à sua versatilidade, irá substituir a frota de F-16 e A-10 Thunderbolt dos EUA, que está se tornando velha.

O F-35 tem uma família com três modelos:
  • F-35A, mesmo modelo acidentado na Coreia do Sul, ele decola e pousa de maneira convencional
  • F-35B, decolagem em curta distância e possibilidade de pouso na vertical, mesmo modelo que ingeriu um pássaro enquanto pousava em um porta-aviões
  • F-35C, modelo para ser utilizado para ser lançado com catapulta e frenado com cabos em porta-aviões
Seus custos são envolvidos em diversas polêmicas, já que uma hora de voo do F-35B, por exemplo, ultrapassa os R$ 140 mil, bem mais que outros modelos, como o próprio F-16 e o A-10, que ficam em até R$ 50 mil.

Modelo: F-35A
  • Fabricante: Lockheed Martin
  • Função: Caça multimissão
  • Velocidade: Até 1.900 km/h
  • Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 10,7 metros
  • Comprimento: 15,7 metros
  • Altura: 4,38 metros
  • Peso máximo de decolagem: 31,8 toneladas
  • Capacidade do tanque de combustível: 8.278 kg
  • Capacidade de armamentos: Até 8,2 toneladas
  • Autonomia: Até 2.200 km de distância
  • Altitude máxima de voo: 15 km
Via Alexandre Saconi (UOL)

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