A empresa aérea espanhola Privilege Style, especialista em fretamentos e aluguel de aeronaves a outras companhias, está no centro de uma polêmica e viu seu nome ganhando as manchetes do país ibérico, depois que um grupo de ativistas resolveu dar-lhe o troféu de “pior empresa aérea do mundo”, com um símbolo que tem o formato de um avião mergulhando no cocô.
A iniciativa partiu da entidade Freedom for Torture, depois que a empresa aérea aceitou realizar um voo fretado levando refugiados do Reino Unido para Ruanda, sob contrato com o governo britânico.
Agustina Oliveri, da ONG, explicou a ação, dizendo que “as companhias aéreas devem unir as pessoas, mas o papel da Privilege Style no cruel plano do governo do Reino Unido em Ruanda arruinará vidas e separará famílias. É por isso que todas as companhias aéreas, exceto a Privilege Style, se excluíram desse esquema de ‘dinheiro por humanos'”.
“Estamos aqui em nome de dezenas de milhares de pessoas preocupadas em toda a Europa para informar à Privilege Style que não vamos ficar parados enquanto eles lucram com a dor dos refugiados. Esperamos que este prêmio os encoraje a parar de voar em face da decência humana, rescindindo seu contrato com o governo do Reino Unido”, finalizou.
Um vídeo da ação na porta da sede da Privilege Style foi publicado nas redes sociais (abaixo).
We wanted to give Privilege Style airline the recognition they deserve for profiting from the UK's cash for humans Rwanda plan.
— Freedom from Torture🧡 (@FreefromTorture) October 14, 2022
So today we turned up to their Mallorca HQ with a special award.@privilege757 pic.twitter.com/rU6b4XW1HO
A companhia aérea também recebeu mais de 10.000 e-mails pedindo que cortassem os laços com o governo do Reino Unido. O governo britânico, no entanto, alega que os imigrantes chegam ao seu país através de “métodos ilegais, perigosos ou desnecessários” e quer desencorajar a prática. Além disso, defende que pessoas ganham muito dinheiro para cometer tráfico humano e isso deveria parar.
Do outro lado, Kolbassia Haoussou, diretora de Empoderamento de Sobreviventes na Freedom from Torture, deu seu testemunho: “Quando fugi da tortura e da perseguição na África Central, recebi refúgio na Europa e pude reconstruir minha vida. Estou chocada que uma companhia aérea que tem entre seus clientes ícones culturais como Real Madrid e Barcelona esteja lucrando negando segurança e proteção a pessoas como eu”.
“Todas as empresas têm o dever de garantir que suas práticas comerciais não violem os direitos humanos. Estamos pedindo a todos os clientes da Privilege Style que boicotem a companhia aérea até que terminem seu envolvimento no esquema desumano de ‘dinheiro por humanos’ do Reino Unido”, concluiu a ativista.
O assunto está no rol dos mais polêmicos da Europa, haja visto que a crise de refugiados é uma situação real há décadas.
Via Carlos Ferreira (Aeroin)
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