Avião da Viva Air não conseguiu pousar em dois aeroportos em razão do mau tempo. Aterrissagem só foi feita no terceiro aeroporto, em Montería. Companhia diz que comandante tomou todas as providências necessárias para casos do tipo e que colaborará com investigação.
Painel da aeronave aponta 200 kg de combustível ao pousar, o equivalente a uma autonomia de apenas 6 minutos de voo (Foto: Reprodução) |
O avião Airbus A320-200N, prefixo HK-5378, da companhia aérea colombiana Viva Air , fez um pouso de emergência em Montería, na Colômbia, na última segunda-feira (17), com combustível necessário para apenas para mais seis minutos de voo nos tanques.
O caso veio à tona após um passageiro fotografar o painel do avião. A imagem mostra que o campo FOB (sigla em inglês para "combustível a bordo") indicava somente 200 kg de combustível restantes, suficientes para mais seis minutos de voo, considerando um consumo de 2.000 kg de combustível por hora de um Airbus A320Neo.
O voo 8332 decolou de Cali às 10h45 (hora local, 12h45 em Brasília) com destino a Riohacha, ambas cidades colombianas.
Em razão do mau tempo, o avião ficou voando em círculos nas proximidades do aeroporto à espera de o tempo melhorar. Sem sucesso, seguiu para Rionegro, perto de Medellín – o mesmo aeroporto onde o avião da Chapecoense pretendia pousar em 2016.
Trajetória: avião tentou pousar em Riohacha e depois em Medellín, sem conseguir; por fim, aterrissou em Montería — Foto: Reprodução/FlightRadar24 |
Apesar disso, as condições do tempo impediram o pouso. Quando a aeronave ficou com menos combustível do que o necessário para 30 minutos de voo, o piloto declarou emergência e seguiu para Montería, onde aterrissou 3 horas e 20 minutos depois de decolar de Cali.
A Aerocivil, autoridade de aviação civil do país, irá investigar o caso, segundo o jornal El Tiempo. Em nota, a Viva Air disse que irá colaborar com a apuração.
Regras
A aeronave, um Airbus A320Neo com capacidade para 188 passageiros, teria que ter combustível necessário para voar ao menos mais 30 minutos, antes de pousar – é a chamada "reserva final". A exigência, similar à adotada no Brasil, está no regulamento colombiano de aviação civil.
Se um piloto tem menos de 30 minutos de autonomia de combustível, precisa necessariamente declarar emergência, sob pena de infração ao regulamento. O comandante do Viva Air declarou emergência, o que lhe dá prioridade para pouso.
Um caso conhecido de infração à norma foi a queda do avião com a delegação da Chapecoense, na própria Colômbia, em 28 de novembro de 2016. Na ocasião, o piloto não relatou ao controle de tráfego aéreo que voava com combustível abaixo do mínimo exigido. Sem combustível, o avião caiu perto do aeroporto de Medellín. Ao todo, 71 pessoas morreram.
Em nota, a Viva Air atribuiu à situação as condições meteorológicas, afirmou cumprir o regulamento colombiano de aviação e que, originalmente, o voo 8332 tinha combustível suficiente para mais do que o dobro do tempo inicial previsto de voo.
A companhia disse ainda que tem trajetória impecável de segurança e uma frota moderna, e que está em contato com as autoridades aeronáuticas para investigação do caso.
¡Ojo! 👀 En la aviación la seguridad es lo más importante, por eso en Viva cumplimos con todos los protocolos que establecen las autoridades. Un #ViajeroInformado valida siempre la fuente de información para evitar imprecisiones.
— Viva ¡Vuela Más! (@VivaAirCol) October 19, 2022
Aquí más detalles del vuelo 8332 👇🏼 pic.twitter.com/QZl1mGXfr8
Via Ricardo Gallo, g1 e The Aviation Herald
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