Avião levava 16 pessoas quando uma pane elétrica obrigou o piloto a fazer um pouso forçado em Boituva (SP). Polícia Civil e Cenipa investigam as causas do acidente.
Motor da aeronave que fez pouso forçado em Boituva foi retirado pelo Cenipa (Foto: Jorge Talmon/TV TEM) |
A aeronave que fez um pouso forçado e provocou duas mortes em Boituva, no interior de São Paulo, começou a ser desmontada nesta quinta-feira (12).
Imagens feitas pela TV TEM mostram que um braço mecânico foi utilizado para retirar os destroços da área dos fios de alta tensão em segurança (veja vídeo aqui).
Pela manhã, galões de combustível também foram retirados dos tanques da aeronave e uma lona plástica foi colocada na frente dos destroços.
Galões de combustível foram retirados dos tanques da aeronave em Boituva (Foto: Jorge Talmon/TV TEM) |
O motor do avião foi removido do local ainda na quarta-feira (11) por equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que o levaram para perícia.
Já o trem de pouso da aeronave foi encontrado em uma estrada de terra a poucos metros dos destroços.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), os investigadores do órgão utilizaram técnicas específicas para verificar os danos causados e prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.
Marca deixada por aeronave em barranco foi analisada por equipes da perícia em Boituva (Foto: Jorge Talmon/TV TEM) |
Manutenção em dia
Conforme apurado pelo g1, o avião Cessna 208, de matrícula PT-OQR, é o mesmo envolvido em um acidente que matou o paraquedista Alex Adelmann, de 33 anos, durante um salto, há dez anos.
Na época, foi constatado que o atleta foi atingido na nuca pela asa da aeronave logo após saltar no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), segundo o Cenipa. O piloto foi indiciado pela Polícia Civil por imprudência.
No entanto, apesar do histórico, o presidente da Associação de Paraquedistas de Boituva (APB), Marcello Costa, contou que a aeronave apresentava bom estado de conservação e estava autorizada a realizar o transporte dentro da unidade.
Partes do avião que caiu em Boituva (SP) foram achadas (Foto: Polícia Militar/Divulgação) |
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que o avião estava com Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) em dia, ou seja, apta para realizar voos, de acordo com informações do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
A Anac disse ainda que, na configuração aprovada para o transporte de passageiros, a capacidade da aeronave é de até nove passageiros. No entanto, no caso da configuração para o lançamento de paraquedistas, em que são removidos os assentos, a avaliação da capacidade é feita pelo peso máximo de decolagem.
Com isso, "a aeronave pode realizar a operação de lançamento de paraquedistas com quantidades superiores a nove pessoas a bordo, limitada ao peso máximo de decolagem de 3.629 quilos", conforme a agência.
Polícia Militar foi ao local do acidente envolvendo um avião em Boituva (SP) (Foto: Polícia Militar/Divulgação) |
A "Skydive4Fun", empresa responsável pela aeronave, afirmou que a aeronave tinha capacidade máxima para 15 paraquedistas e estava com todas as rotinas de manutenção em conformidade com as normas e regulamentos da Anac.
A empresa reforçou ainda que o "tripulante engajado na operação tem elevada experiência de voo e é devidamente habilitado pela Anac com todos os respectivos treinamentos em dia".
A Polícia Civil de Boituva começou a investigar o caso ainda na quarta-feira (11) e vai ouvir sobreviventes na tarde desta quinta (12). A investigação também aguarda os laudos do Cenipa, que vão apontar as causas do acidente.
Via Jorge Talmon (TV TEM)
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