segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Histórias de passageiros e pessoas que escaparam do voo ganham repercussão

Homem deixou de embarcar com nove familiares porque não percebeu mudança de horário no embarque.

O capitão Iriyanto, que pilotava o avião - Foto: Reprodução

Um Airbus como o que desapareceu neste domingo, entre Indonésia e Cingapura, carrega, junto com seus passageiros, uma infinidade de histórias. Certamente, se a aeronave tivesse cumprido seu trajeto normalmente, esses casos seguiriam desconhecidos. Entretanto, diante de uma tragédia, o valor de um tuíte ou de uma mudança de planos ganha outro significado.

Ari Putro Cahyono, morador de Surabaya, disse que teria embarcado no voo ao lado de nove parentes, não fosse por uma mudança no horário. Ele não conseguiu ler um e-mail notificando-o de que o embarque tinha sido antecipado em duas horas, fazendo com que ele e sua família perdesse o voo. Em entrevista para o site "kompas.com", ele disse ter vivenciado "sentimentos mistos", ao escapar do acidente.


Já Chandra Susanto, também de Surabaya, tinha reservado lugares no voo (foto acima), para ele, sua esposa e três filhos. A família faria uma visita ao seu pai, em Cingapura, mas cancelou as passagens um dia antes do acidente.

"Meu pai ficou doente. Então, tivemos que cancelar o voo", contou Susanto ao "Daily Mail Australia".


Susanto (na foto acima com a família) relatou que abrir mão da viagem foi uma decisão difícil, já que um dos seus filhos estava especialmente empolgado. Mas, após saber da tragédia, ele agradeceu pelo imprevisto.

"Sou muito grato a Deus por sua misericórdia comigo e minha família. Mas estou muito triste em relação às pessoas que estavam no avião", disse. "Nossas vidas mudaram. Estamos muito gratos. Temos uma oportunidade de ser pessoas melhores e ajudarmos mais aos outros."

A aeronave sumiu neste domingo (noite de sábado no Brasil), com 162 pessoas a bordo, entre Indonésia e Cingapura. A companhia aérea informou que entre os passageiros havia seis estrangeiros - três sul-coreanos, um cidadão de Cingapura, um da Malásia e um britânico. Em meio aos seis tripulantes, um era francês.

O passageiro britânico estaria viajando com sua filha de 2 anos, nascida em Cingapura, após outros membros da família terem embarcado num voo mais cedo da Indonésia, segundo informações da imprensa internacional.

Acredita-se que o homem, nomeado como Chi Man Choi, e sua filha Zoe, estavam voltando para Cingapura, onde planejavam se reunir com a mãe da garota. Ela teria viajado num voo anterior a partir de Surabaya, na Indonésia, com o irmão mais velho de Zoe.

O indonésio Oscar Desano, que era um dos tripulantes a bordo do voo QZ-8501, já havia publicado tuítes após o acidente aéreo que envolveu o voo MH17 da Malaysia Airlines, em julho deste ano. A aeronave foi atingida por um míssil na Ucrânia, matando as 298 pessoas a bordo.

"Sinto muito pela perda do voo MH17, da Malaysia Airlines. Foram duas grandes catástrofes para a Malásia em um ano", escreveu, lembrando também de outro acidente com avião da Malaysia Airlines, o voo MH370, desaparecido em março deste ano.

Informações sobre piloto da aeronave, capitão Iriyanto, também correram o mundo. Ele foi classificado por pessoas próximas, como um homem generoso, que nunca deixou de ajudar aos necessitados.

Um sobrinho identificado apenas como Doni disse à mídia local que ele era casado e tinha dois filhos em idade escolar. Segundo ele, Iriyanto nunca deixou de apoiar os familiares:

"Ele está sempre ajudando às pessoas, porque é uma pessoa muito solidária. Se houvesse um parente doente que precisasse de ajuda e até mesmo dinheiro, meu tio estava lá."

De acordo com um comunicado da AirAsia, Iriyanto tinha reunido 6.100 horas de tempo de voo, enquanto o primeiro oficial francês, Remi Emmanual Plesel, tinha registrado 2.275 horas.

Fonte: O Globo

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