Uma das hipóteses para a queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines na Ucrânia é que o avião tenha sido derrubado por um míssil russo Buk.
Lançador: o Buk localiza o avião pelo radar e envia os mísseis em 22 segundos
A queda de um Boeing 777 da Malaysia Airlines na fronteira entre Rússia e Ucrânia matou quase 300 pessoas nesta quinta-feira. Uma das hipóteses para explicar o desastre é que o avião tenha sido derrubado por um míssil russo Buk.
Petro Poroshenko, o presidente da Ucrânia, levantou essa suspeita ao falar sobre a queda do avião:
“Nós não excluímos que o avião tenha sido derrubado e confirmamos que as forças armadas da Ucrânia não atiraram em nenhum alvo aéreo”, disse ele, segundo relato do jornal britânico Guardian.
O desastre aconteceu na área onde rebeldes separatistas apoiados pela Rússia combatem o governo ucraniano. A declaração de Poroshenko coloca os rebeldes e a Rússia sob suspeita.
Líderes da chamada República Popular de Donetsk, o principal grupo separatista, foram rápidos em negar seu envolvimento. Eles dizem que suas armas não são capazes de atingir aviões a mais de 3 mil metros de altitude.
A altitude de cruzeiro de um Boeing 777 é geralmente superior a 8 mil metros (o avião pode ir a até 13 mil metros). E sua velocidade é próxima de mil quilômetros por hora. Se o avião foi mesmo derrubado, os responsáveis devem ter usado alguma arma poderosa.
Anton Gerashchenko, um oficial ucraniano, escreveu em sua página no Facebook que o avião foi derrubado por um míssil russo Buk. Um jornalista da agência Associated Press relatou ter visto, hoje de manhã, um lançador de mísseis desse tipo na cidade de Snizhne, próxima ao local do desastre.
Sistema Buk: central de controle, lançador e radar podem ser armados em 5 minutos
O termo Buk se refere ao sistema completo, com lançador, radar e central de controle. Esse sistema de defesa aérea começou a ser desenvolvido em 1972 na União Soviética e vem sendo aperfeiçoado desde então.
O míssil é disparado de um lançador instalado num caminhão blindado com esteiras. O lançador trabalha em conjunto com um radar que localiza o alvo. O sistema todo pode ser montado ou desmontado em apenas 5 minutos.
Uma vez acionado, leva 22 segundos para localizar o alvo e enviar um ou mais mísseis. Existem diversas variantes dos mísseis usados no sistema Buk.
Uma das mais comuns tem 5,5 metros de comprimento e pesa 690 kg. Tem alcance de mais de 20 quilômetros e consegue derrubar até mísseis de cruzeiro em pleno voo. Sua velocidade é de 4.300 km/h, ou 3,5 vezes a velocidade do som.
O míssil conta com seu próprio radar para navegar até o alvo. Ao atingi-lo, ele detona uma carga de 70 kg de explosivos.
Míssil Buk: a arma é capaz de derrubar aviões voando a mais de 20 km de altitude
Como frequentemente acontece com armas bem sucedidas, o Buk já foi copiado por outros países. China e Irã possuem equipamentos similares. Além disso, a Rússia já vendeu esse armamento para uma dezena de países, incluindo a Ucrânia.
Fontes: Maurício Grego (Exame.com) / Daily Mail - Fotos: Wikimedia Commons / Daily Mail
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