Ação no Galeão envolve 12 falcões e gaviões monitorados.
Choques com urubus podem pôr em risco segurança das aeronaves.
Falcões e gaviões atuam no Galeão desde maio de 2013
Foto: Divulgação/Infraero
No início do mês de agosto, um avião da TAM pousou no aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, com a parte dianteira amassada, após o choque com um urubu. Na sexta-feira (23), uma ave entrou na turbina de outra aeronave da TAM, e provocou o retorno ao Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). Em ambos os casos, e em muitos outros pelo país, os aviões retornaram com segurança, sem risco ao passageiros. Para evitar situações como esta, no entanto, o Galeão adotou, desde maio deste ano, armas naturais contra o problema, já usadas em outros aeroportos do país e do mundo: falcões e gaviões treinados para capturar e afugentar as demais aves.
Pássaros usados no Galeão para espantar aves que
atrapalham pousos
Foto: Divulgação/Infraero
O Plano de Manejo de Fauna, aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), contempla diversas técnicas para controle da fauna local e a mais eficiente, de acordo com a coordenadora do Meio Ambiente do Galeão, Priscila da Silva Souza, tem sido a falcoaria.
“A falcoaria, que já utilizada em outros aeroportos e fora do Brasil, foi a técnica que deu mais resultados. Antes nós usávamos somente fogos de artifícios, armadilhas para capturar alguma espécie, corte diferenciado de grama, inspeção da área para ver se havia algum resíduo como atrativo. Enfim, fazíamos e ainda fazemos reparos para sanar esses atrativos”, contou.
A ação envolve 12 aves de rapina [cinco falcões e sete gaviões] que são monitoradas por dois biólogos e três falcoeiros, entre eles um veterinário. Com o tempo, a utilização da falcoaria reduziu a presença dos pássaros, tanto pela captura quanto pela mudança de comportamento das aves, que percebem gradualmente a presença de um predador.
De acordo com a assessoria de imprensa da Infraero, os espécimes capturados são identificados, catalogados e transportados para uma área distante do aeroporto com características ambientais apropriadas para eles.
Os elegantes animais, que chegaram de criadouros do Rio e de Uberlândia, trabalham em horário comercial, de 8h as 17h, mas como também ajudam pela noite, eles se revezam e dão plantões fora do expediente. Tratados pela empresa Cepar (Centro de Preservação de Aves de Rapina), as aves trabalham em escalas de até dez minutos para não se cansarem.
Demais aeroportos da cidade
Nos demais aeroportos da Superintendência Regional Rio, o manejo de fauna ainda não inclui a falcoaria. Segundo o coordenador de Meio Ambiente da Regional Rio, Fued Abrão, a participação da comunidade é muito importante para o sucesso das medidas de manejo e para a diminuição dos riscos, pois os resíduos descartados de modo irregular podem atrair aves, como urubus e pombos.
O Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, foi o pioneiro no uso da falcoaria para espantar as aves que circundam o aeroporto. Depois, o projeto se estendeu para Vitória, Confins, Porto Alegre e aterrissou no Rio de Janeiro.
Urubu teria atingido parte dianteira do avião no início do mês
Foto: Isabela Scalabrini/TV Globo
Fonte: Lívia Torres (G1 Rio)
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