quarta-feira, 3 de abril de 2013

Falta de logística e burocracia atrasam transporte de cargas aéreo no Brasil

Tempo médio de liberação dos produtos é de 175 horas no Brasil.

Nos EUA, são seis horas, e, na China, só quatro horas de espera.


A falta de logística e a burocracia no transporte de cargas aéreas fazem com que a liberação de produtos demore até uma semana.

No comércio exterior, só viajam de avião mercadorias de primeira classe. No Brasil, menos de 1% do comércio exterior é feito por aviões, mas essas mercadorias representam mais de 10% do valor total. Só chegam aos aeroportos produtos caros e que precisam ser entregues com urgência.

Nos aeroportos brasileiros, porém, a pressa perde para a burocracia. Um estudo divulgado nesta terça-feira (2) pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro mostra que, em cinco aeroportos com grande volume de carga, o tempo médio de liberação dos produtos é de 175 horas, mais de uma semana.

A espera parece ainda mais longa se comparada com outros aeroportos do mundo. Em Londres, a carga é liberada em oito horas; nos Estados Unidos, seis horas, e, na China, só quatro horas de espera.

Para os especialistas, uma solução simples seria aumentar o horário de funcionamento de órgãos como a Receita Federal. “Aqui no Brasil, as autoridades que precisam liberar os produtos trabalham durante apenas o expediente. Muitos departamentos só trabalham seis horas por dia, de segunda a sexta, e, no mundo todo, trabalha 24 horas, sete dias por semana”, afirma Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan.

“O governo trabalha para que a escala de trabalho seja adequada às necessidades de importação e exportação de produtos, carga e descarga de produtos e de passageiros, 24 horas por dia”, diz Moreira Franco, secretário nacional da Aviação Civil.

O setor farmacêutico é o mais prejudicado. Uma carga de remédios de R$ 35 milhões paga R$ 287 mil no aeroporto do Rio de Janeiro, 40 vezes mais do que o custo no aeroporto de Cingapura, um dos mais ágeis do mundo.

“Se isso é agravado por armazenagem, perdas, atrasos, estocagens desnecessárias, muitas vezes o produto acabado tem um custo muito elevado no preço final que chega ao consumidor”, afirma Carlos Fernando Gross, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado do Rio de Janeiro.

A Receita Federal informou que existe um plantão de despacho de carga 24 horas apenas para produtos perecíveis. Declarou ainda que a demanda pelo serviço de liberação de mercadorias em tempo integral é pequena.

Clique AQUI e assista a reportagem.

Fonte: Pedro Bassan (Jornal da Globo) - Imagem: Reprodução da TV

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