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| Caça F-16 da Venezuela durante exercício militar no Brasil em 2013: Aeronave é uma das mais avançadas do país bolivariano (Imagem: Força Aérea Brasileira) |
Com o envio de navios de guerra dos EUA para as proximidades da Venezuela no mar do Caribe, tem-se questionado se o país sul-americano teria alguma chance de vitória em um eventual conflito com os norte-americanos.
A alegação formal é de que os militares estariam se deslocando para combater as supostas ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos. Entretanto, alguns acreditam que essa movimentação seja para depor o presidente Nicolás Maduro do poder.
No começo de agosto, os EUA aumentaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações concretas que levem à prisão de Maduro. Enquanto navios norte-americanos que transportam tropas e aeronaves se aproximam da região, o governo venezuelano anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para reforçar a defesa do país, que hoje conta com 337 mil militares e paramilitares.
A questão é como repelir uma possível invasão ou ataque usando meios aéreos diante da evidente disparidade entre as forças dos dois países.
Venezuela em desvantagem
Enquanto os EUA possuem mais de 13 mil aeronaves em uso por suas forças armadas, representando 25% do total global, a Venezuela possui apenas 229 aeronaves militares ativas, segundo dados compilados na publicação Flight Global World Air Forces, com informações da empresa de análises do setor de aviação Cirium.
Como comparação, o Brasil possui 513 aeronaves militares distribuídas entre a Aeronáutica, Marinha e Exército.
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| Avião Tucano, da Embraer, usado pela Venezuela durante exercício militar no Brasil em 2013 (Imagem: Força Aérea Brasileira) |
Aviação Militar Bolivariana - 146
- Aeronaves de Combate (incluindo caças): F-5A (6 unidades), F-16A (3 unidades) e Su-30 (21 unidades)
- Missões Especiais: Merlin IV/Metro | Reconhecimento (uma unidade)
- Reabastecedor: Boeing 707 (uma unidade)
- Transporte: C-130H (3 unidades), Cessna 208 (3 unidades), Citation II/SP (uma unidade), Dornier 228/NG (3 unidades), King Air 200/350 (5 unidades), Merlin IV/Metro (uma unidade), Short 360 (duas unidades) e Y-8 (8 unidades)
- Helicópteros de Combate: H215M/AS332/532 (10 unidades) e Mi-17 (6 unidades)
- Aeronaves/Helicópteros de Treinamento: DA42 (6 unidades), EMB-312 (17 unidades), Enstrom 280 (duas unidades), Enstrom 480 (12 unidades), F-16B (uma unidade), K-8 (23 unidades) e SF-260 (11 unidades)
Aviação do Exército Bolivariano - 56 aeronaves
- Transporte: An-28/M28 (11 unidades), Arava (4 unidades), King Air 200 (uma unidade)
- Helicópteros de Combate: Bell 206 (duas unidades), Bell 412 (9 unidades), Mi-17 (16 unidades), Mi-26 (3 unidades) e Mi-35 (10 unidades)
Aviação Naval da Armada Bolivariana - 27 aeronaves
- Missões Especiais: C212 (duas unidades)
- Transporte: C212 (3 unidades), Cessna 208 (uma unidade), King Air 90/200 (duas unidades) e Turbo Commander (uma unidade)
- Helicópteros de Combate: Bell 212/412 (9 unidades) e Mi-17 (6 unidades)
- Aeronaves/Helicópteros de Treinamento: Bell 206/TH-57A (3 unidades)
Dividido entre EUA e Rússia
Ao todo, 67 aeronaves militares da Venezuela são de origem norte-americana. Esses modelos são mais antigos, pois o país não pode comprar modelos que tenham peças ou tecnologia dos EUA desde 2006, após a deterioração das relações entre Caracas e Washington em meados dos anos 2000.
O segundo maior fornecedor é a Rússia, com 62 aeronaves. Elas vão desde os caças Su-30 até os helicópteros Mi-17, Mi-26 e Mi-35. A China vem em terceiro lugar, com 31 aeronaves.
Apesar dos números, é importante destacar que uma parcela dessas aeronaves pode estar inoperante devido à falta de manutenção, peças e treinamento. A capacidade de combate real, especialmente em um conflito prolongado, é considerada muito menor do que os número apresentados sugerem.
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| Avião de transporte Y-8 da Venezuela durante exercício militar no Brasil em 2013: Aeronave chinesa é uma das usadas pelo país bolivariano (Imagem: Força Aérea Brasileira) |
Por que Bolivariano?
Na Venezuela, todas as forças armadas passaram a adotar o adjetivo "Bolivariano" durante o governo de Hugo Chávez (1999-2013). A mudança buscava reforçar a identidade ideológica ligada ao chamado bolivarianismo, corrente política inspirada nas ideias de Simón Bolívar, líder da independência sul-americana no século 19.
Chávez defendia que os militares não deveriam ser apenas uma força de defesa, mas também um braço ativo na consolidação de seu projeto político. Com isso, a antiga Força Armada Nacional (FAN) foi rebatizada como Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), e cada ramo incorporou o termo: Exército Bolivariano, Armada Bolivariana e Aviação Militar Bolivariana.
A medida simbolizou a aproximação das forças armadas com o chavismo, transformando-as em um dos pilares de sustentação do regime e ampliando sua presença em atividades civis e econômicas, além do papel militar.
Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)



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