Um piloto de um grande avião fez uma dura crítica a uma controladora de tráfego aéreo na manhã de ontem, 28 de outubro, após ela cometer por duas vezes um engano sobre o número de identificação da cabeceira da pista em que o jato decolaria.
Conforme o vídeo apresentado a seguir, captado pela câmera ao vivo do canal “Golf Oscar Romeo” no YouTube, a situação ocorreu quando o Boeing 767-300F (cargueiro) de matrícula N334UP, da companhia norte-americana UPS, partia do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), para o voo 413, com destino a Quito, no Equador.
Veja a seguir os dois momentos (no segundo foi quando ocorreu a crítica) e, abaixo da gravação, leia mais detalhes sobre como tudo ocorreu:
Como visto nas cenas acima, primeiro, os pilotos taxiavam a aeronave pela taxiway rumo à cabeceira 33, quando a controladora deu a instrução de autorização de decolagem citando, por engano, a cabeceira oposta (pista 15, ou “runway one five”). Diante da instrução, o piloto imediatamente parou o Boeing 767 e questionou a informação. A controladora então confirmou que era a pista 33 (“runway three three”).
Porém, em função da parada do avião na taxiway, não houve tempo suficiente para que a decolagem fosse efetuada, já que outro avião estava se aproximando da pista para pousar. Assim, a controladora instruiu que a decolagem fosse rejeitada e que a aeronave em aproximação fizesse uma arremetida.
Em seguida, o piloto questionou sobre o motivo da rejeição, e ela avisou que ele não realizou a decolagem dentro do tempo de 1 minuto que ele estaria para fazê-la, porém, o piloto respondeu que ele só teve 15 segundos.
A aeronave taxiando de volta para a cabeceira 33 após deixar a pista (Imagem: FlightRadar24) |
O Boeing 767 foi então levado de volta ao ponto de espera para nova decolagem, mas, quando novamente estava taxiando para a cabeceira 33, a controladora voltou a se enganar citando a cabeceira 15 ao dar a autorização de decolagem, porém, imediatamente se corrigindo e citando a cabeceira 33.
Então, mesmo após a autocorreção já feita pela controladora, o piloto novamente freou o avião e fez a seguinte crítica com voz elevada: “Ok, senhorita. Essa é a segunda vez hoje que você nos diz ‘decolagem autorizada na pista 15’, e é por isso que nós paramos aqui, pois estamos na pista 33. Você precisa se decidir: qual a pista você quer que eu decole, 33 ou 15?”.
Após a controladora confirmar a pista 33, o piloto reportou a confirmação de decolagem, agora com voz em tom calmo, e prosseguiu com o procedimento.
Vale ressaltar que, por um lado, o piloto tem razão em falar à controladora sobre o engano, afinal, é preciso haver a maior atenção possível nas comunicações de tráfego aéreo para garantir a segurança dos voos. Porém, por outro lado, bastaria ter avisado a ela sobre tal, sem a necessidade de fazer a crítica em tom de voz alterado, inclusive porque a correção e instrução para a pista 33 já havia sido feita por ela mesma.
Via Murilo Basseto (Aeroin)
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