Quase um ano após a Rússia invadir a Ucrânia, a maior fabricante de aviões comerciais do mundo, a Airbus, não terá mais titânio do país invasor.
(Foto: Divulgação/Airbus) |
A decisão vem após longos meses de incerteza se a invasão iria acabar, se as sanções seriam relaxadas ou se um novo fornecedor seria encontrado. Com a continuidade da guerra e o progresso ucraniano no front, ainda que lento, a Airbus procurou novas opções para comprar o titânio, essencial nas aeronaves modernas por ser um metal leve e resistente.
A Boeing, em março, já havia suspendido a compra do titânio da Rússia, que era a fornecedora de 30% do metal que a fabricante americana utilizava na época. Já a Embraer tem 100% do seu titânio vindo de Moscou, mas informou que não está preocupada por ter um grande estoque, dando tempo para procurar novos fornecedores, se necessário.
Já a Airbus foi no sentido contrário e pediu para que as sanções não atingissem a importação de titânio da Rússia, que representa 65% do metal que a empresa europeia utiliza, através de uma subsidiária russa na Alemanha. Os pedidos não foram atendidos e as sanções contra Putin e seus aliados só pioraram, forçando a Airbus a procurar novas alternativas, o que foi confirmado agora.
“Claramente o objetivo nosso é não ser dependente do titânio da Rússia, estamos no processo de dispensar as fontes russas. Isto ocorrerá em questão de meses, não anos, é um processo complexo de certificar novos fornecedores devido a altíssima regulação no setor aeroespacial, mas vai acontecer”. afirmou Michael Schoellhorn, CEO da Airbus Defesa e Espaço, durante uma conferência do conglomerado europeu, segundo aponta a FlightGlobal.
O executivo também pontua que a invasão da Ucrânia fez toda a indústria refletir sobre dependência de materiais e produtos, e que “não devemos ser dependentes unilateralmente de um poder ou uma fonte”.
Via Carlos Martins (Aeroin)
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