segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Comissária viraliza com dicas para encarar o caos aéreo na Europa e nos EUA

Aeroporto Internacional de Lisboa (Imagem: BrasilNut1/Getty Images)
Com mais de duas décadas de experiência no ar, a comissária Kristie Koerbel elaborou um guia de sobrevivência ao viajante que quer seguir voando com os aeroportos lotados, com filas, voos cancelados aqui e ali e bagagens perdidas, resultado do caos aéreo que tomou conta desta temporada de verão no hemisfério norte tanto na Europa quanto nos EUA.

Este imbróglio se instaurou com a recuperação abrupta do mercado de viagens depois dos relaxamentos de protocolos de circulação após dois anos de duras restrições devido à pandemia. Com seus quadros de funcionários mais enxutos depois de cortes provocados pela covid-19 e pelo Brexit, aeroportos e companhias têm tido dificuldade de lidar com o grande volume de malas e turistas por falta de mão de obra. Por isso, a sagacidade da comissária vem a calhar.

As propostas simples de Kristie conquistaram não só o público depois que o post de recomendações viralizou (e atingiu dezenas de milhares de compartilhamentos no Facebook) como também a imprensa internacional: citada em múltiplos veículos, ela foi convidada pelo jornal "The New York Times" para transformar seu relato em instruções mais detalhadas.

Confira suas dicas:

1. Chegue cedo


A dica não vale só para se preparar para os terminais mais lotados. Ela lembra que quem tem conexões ou cruzeiros planejados pode ser severamente impactado por cancelamentos e/ou atrasos que podem impedir um trecho inteiro da viagem. "Se você vai para um cruzeiro [em outra cidade], saia um dia antes, planeje como parte da sua viagem, fique em um hotel e explore a cidade", ensina.

Aeroporto de Frankfurt, na Alemanha: um dos grandes afetados pelo caos aéreo
(Imagem: Kai Pfaffenbach/Reuters)
Por que tanta precaução? "Eu recentemente trabalhei em um voo que atrasou. Uma família de oito pessoas perdeu sua conexão para Roma, que era a única no dia. Eles iriam para um cruzeiro que perderam. Aliás, pagar por um seguro de viagem não é uma má ideia também", opina.

2. Tente voar sem escalas


Muita gente topa ligações com duas ou três escalas visando baratear a passagem, mas na experiência de Kristie, atualmente o barato pode sair bem caro. Então, quando possível, compre um voo direto. "Desta forma, se o voo atrasa, você não precisa se preocupar em chegar a tempo para a conexão", explica.

"Se você não puder evitar fazer uma escala, não reserve aquela com a espera mais curta, porque você vai aumentar seu estresse e a possibilidade de perder o avião. Uma hora para a conexão simplesmente não é mais suficiente. 30 minutos? Não tem chance. Na maioria dos casos, três horas é seguro".

3. Voe tão cedo quanto for possível


Marcar aquele voo de manhãzinha pode compensar, segundo Kristie. "Estes primeiros voos do dia raramente são cancelados. Tempestades se formam conforme o dia fica mais quente, tripulações chegam ao seu limite mais para o fim do dia e o tráfico aumenta nos aeroportos mais movimentados mais tarde", alerta.

(Imagem: Getty Images)
Há ainda um fator extra de encorajamento para o voo mais cedo. "Sim, você pode ter que colocar o alarme para as 3h da manhã, mas se o seu voo cedo for cancelado, haverá mais possibilidades de remarcar sua viagem em um voo diferente". Palavra de expert.

4. Baixe o aplicativo da companhia pela qual está voando


Kristie alerta que boa parte destes canais de comunicação oferecem informações valiosas que podem cortar o seu tempo de espera em filas e proporcionar assistência, caso necessite. Eles ainda podem auxiliar a localizar as malas, o próximo voo e, em alguns casos, fornecer informações sobre cancelamento antes mesmo que a tripulação seja informada.

Além disso, eles podem ser úteis para remarcar seu voo sem ter que encarar a fila até o balcão.

5. Pense duas vezes antes de optar pela tarifa mais baixa


Mais uma vez, a comissária orienta a pesar o custo-benefício antes de decidir pela compra, especialmente em sites de ofertas que funcionam como intermediários entre o passageiro e as companhias. "Voos estão cheios. Se você compra simplesmente o assento mais barato, pode não se sentar com a sua família", lembra.

Passageira atingida pela greve da Ryanair, no aeroporto de Barcelona (Imagem: Luis Gene / AFP)
Ela ainda revela que, em casos de overbooking, os passageiros que não compraram seus bilhetes direto pela companhia são, justamente, os primeiros a serem remanejados para um próximo avião.

6. Faça as malas de um jeito inteligente


Em tempos de longas filas, Kristie pede que passageiros estejam conscientes de que eles mesmos podem contribuir para diminuir as esperas, a decolagem, o serviço de bordo... Como? Planejando bem sua viagem para levar apenas o necessário e minimizar a ajuda que precisaria de funcionários.

Malas se acumularam no aeroporto de Heathrow, em Londres, no fim de junho
(Imagem: Twitter/@StuDempster)
"Não seja aquele cara que segura o embarque porque você está com a mala [de mão] quase explodindo e não consegue descobrir como fazê-la caber no bagageiro", pede.

7. Leve um suéter


Para evitar então uma situação, digamos, explosiva a bordo, comissárias têm uma estratégia. "Nós às vezes mantemos o avião intencionalmente frio para aquelas pessoas que têm sentem muitos enjoos durante o voo, já que o calor piora o mal-estar". Por isso, friorentos devem levar uma blusinha extra especialmente em voos longos.

8. Não diga para um comissário que ele parece cansado


"Nós estamos e nós sabemos", concorda Kristie. Que tal conquistar a boa vontade de quem está trabalhando pelo seu serviço de bordo de qualidade com um comportamento cortez?

9. Tenha paciência


Lembre-se de que o caos não atinge somente a você. "Nosso objetivo em todas as companhias é fazê-lo chegar ao seu destino. Mantenha-se positivo, pelo menos você não está no trabalho", brinca.

Com voos atrasados e cancelados, grandes filas se formaram no aeroporto de Dusseldorf,
na Alemanha, dia 25 de junho (Imagem: Anadolu Agency via Getty Images)

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