Aeronaves KC-390, da FAB, são abastecidas com EPI e álcool gel no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (Foto: Divulgação/FAB) |
O agravamento da crise da pandemia da covid-19 exigiu que o governo recorresse à Força Aérea Brasileira (FAB) para dar suporte no transporte de suprimentos médicos e equipamentos, além da remoção de pacientes em estado grave.
Somente no Amazonas em janeiro, a FAB declarou que ultrapassou a marca de 600 horas de voo. A Força Aérea tem utilizado seus aviões de carga para levar os equipamentos médicos, e as aeronaves de transporte para a remoção de passageiros.
A grande quantidade de voos é necessária pela falta de um avião de grande porte, que levaria mais carga por viagem. Além disso, em meio à crise, a FAB enviou um dos quatro KC-390 Millenium, seu maior avião, para um treinamento nos Estados Unidos.
A Força Aérea Brasileira também já contou na frota com um Boeing 767-300ER, mas o contrato de leasing do avião foi cancelado durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro. A FAB pretendia comprar um avião semelhante, mas a licitação foi suspensa em fevereiro de 2019. Além da capacidade maior de carga, o Boeing 767 poderia remover mais pacientes em uma única viagem.
Veja os modelos de avião usados pela FAB na operação covid-19:
KC-390 Millenium
O KC-390 foi utilizado para transportar até ambulância durante a pandemia (Foto: Divulgação/FAB) |
É o avião com a maior capacidade de carga da Força Aérea Brasileira, podendo transportar até 26 toneladas. A FAB conta com quatro unidades na frota. O primeiro avião do modelo entrou em serviço em setembro de 2019. O mais recente começou a operar em dezembro do ano passado.
Produzido pela Embraer na fábrica de Gavião Peixoto (SP), o novo avião chega para substituir o Lockheed Martin C-130 Hercules. O KC-390 voa mais rápido, mais alto e com mais carga que o Hércules. A encomenda da FAB é de 28 unidades. O KC-390 Millenium transporta até 80 soldados ou três veículos de combate terrestre e pode ser utilizado em múltiplas missões, como lançamentos aéreos de paraquedistas e cargas, reabastecimento em voo, combate aéreo a incêndios, evacuação aeromédica e busca e salvamento.
C-130 Hércules
C-130 Hércules da FAB fez diversas missões durante a crise do novo coronavírus (Foto: Divulgação/FAB) |
Em operação pela FAB desde 1964, o C-130 Hércules é um avião com quatro motores turboélices. O modelo tem capacidade de carga para 22,6 toneladas, mas é mais lento em relação com KC-390 Millenium. O Hércules voa a 660 km/h enquanto o novo avião da Embraer tem velocidade de 870 km/h.
A FAB conta com 12 aviões do modelo C-130 Hércules. Os tipos de missões são semelhantes às realizadas pelo novo KC-390.
C-105 Amazonas
C-105 Amazonas é um cargueiro de médio porte da FAB (Foto: Divulgação/FAB) |
O C-105 Amazonas é um cargueiro de porte médio. Seu nome original é Airbus CASA C295. O avião é capaz de realizar missões de transporte tático e logístico, lançamento de paraquedistas, cargas e evacuação médica.
Devido à versatilidade do avião, também é possível realizar missões de busca e salvamento e oferecer apoio aos pelotões de fronteira do Exército Brasileiro na região amazônica. Ao todo, são 11 aeronaves C-105 da FAB e mais de 50 pilotos capacitados para operar o avião.
O avião tem capacidade para transportar 70 soldados, 44 paraquedistas, 24 macas ou três veículos leves. A carga total pode chegar a mais de nove toneladas. Com dois motores turboélices, o C-105 Amazonas tem velocidade de até 576 km/h.
C-99
Aviões C-99 da FAB foram usados para a remoção de pacientes com covid-19 em Manaus (AM) (Foto: Divulgação/FAB) |
O C-99 é a versão militar do jato regional da Embraer ERJ-145. Duas unidades do modelo têm sido usadas para a remoção de pacientes em Manaus (AM). Segundo a FAB, até o dia 25 de janeiro 248 pacientes com covid-19 haviam sido transferidos a bordo dos C-99 para 11 destinos: Teresina (PI), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Natal (RN), Goiânia (GO), Brasília (DF), Belém (PA), Vitória (ES), Maceió (AL), Recife (PE) e Uberaba (MG).
As aeronaves utilizadas na missão pertencem ao Primeiro Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (1º/2º GT) - Esquadrão Condor, sediado na Ala 11, no Rio de Janeiro. Além do transporte de pacientes, os aviões também têm sido utilizados para a distribuição de vacinas no país.
Via Vinícius Casagrande (UOL)
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