terça-feira, 9 de outubro de 2012

Os oito paraquedistas mais insanos da história

Hoje, 9 de outubro de 2012, o paraquedista austríaco Felix Baumgartner iria tentar tornar-se o primeiro homem a quebrar a velocidade do som em queda livre saltando de paraquedas do lugar mais alto (mais de 36.576 metros) já tentado. Se Baumgartner fosse bem sucedido, ele iria quebrar um recorde estabelecido em 1960 e ultrapassaria seu próprio maior salto, de uma altura de 29.460 metros. Acha que ele é louco? Não é o único. Conheça outros paraquedistas ousados:

1 – Primeiro a saltar


O paraquedas é uma ideia velha – Leonardo da Vinci desenhou um projeto para um em forma de pirâmide em seus livros – mas só em 1797 um verdadeiro corajoso deu o primeiro salto de uma alta altitude para o solo.

O balonista Andre-Jacques Garnerin subiu 610 metros acima do Parc Monceau em Paris (França) em um balão de ar quente, cortou o balão, e desceu à terra ligado a um paraquedas de seda que mais lembrava um guarda-chuva.

Não foi um passeio agradável: segundo o museu Smithsonian National Air and Space Museum, esses primeiros paraquedas rígidos oscilavam freneticamente na descida. Na Inglaterra, um observador descreveu o paraquedista como “extremamente pálido” e enjoado depois do salto.

2 – Primeiro a morrer


A tecnologia de paraquedas melhorou a partir dos primeiros aparatos, mas nem todos sobreviveram ao progresso. Em 1837, o inglês Robert Cocking testou um paraquedas de sua invenção em forma de cone, acreditando que seria mais estável do que o em forma de guarda-chuva. Não era.

Cocking desceu de um balão de ar quente com seu paraquedas a cerca de 1.500 metros perto de Greenwich, na Inglaterra. Ele falhou em calcular corretamente o peso do paraquedas, e todo o aparato caiu mais rápido do que o esperado até virar do avesso e se romper. O corpo de Cocking foi encontrado em um campo próximo.

Na foto acima, o primeiro voo de balão de ar quente com passageiros, em 1783.

3 – Primeiro a pular de um avião


No início de 1900, os paraquedistas já estavam prontos para saltar de aviões, em vez de balões. Há alguma controvérsia a respeito de quem fez esse primeiro salto: o paraquedista Grant Morton recebe o crédito de alguns que dizem que ele pulou de um avião na Califórnia em 1911, e o capitão do Exército dos EUA Albert Berry recebe o resto do crédito, por ter feito um salto bem documentado.

Berry definitivamente saltou de paraquedas de um avião sobre St. Louis em 1 de março de 1912, de acordo com o Smithsonian National Air and Space Museum. Ele e seu piloto, Tony Jannus, levaram o avião a 457 metros, e Berry saltou dos 152 metros. Mais tarde, ele contou que virou de cabeça para baixo cinco vezes no ar.

4 – Primeira mulher a saltar


Georgia Ann Thompson Broadwick convenceu em 1907 o proprietário de um parque de diversões a contratá-la e treiná-la para que ela saltasse de paraquedas, após observar um salto a partir de um balão.

Ela logo passou a viajar com o parque, maravilhando pessoas por todos os EUA. Depois de se tornar a primeira mulher a saltar de paraquedas de um avião, Broadwick chamou a atenção do exército americano, que pediu a ela para demonstrar como paraquedas poderiam salvar pilotos de desastres aéreos. Em 1914, durante um desses saltos de demonstração, Broadwick acidentalmente se tornou a primeira pessoa a realizar um salto em queda livre, quando sua linha de estática se enroscou na cauda do avião.

Linhas estáticas eram ligadas ao avião para arrastar o paraquedas e ativá-lo automaticamente (novos paraquedistas pulam assim até hoje, no modo automático). Até esta altura, todos os paraquedistas só saltavam assim. Quando sua linha estática falhou, Broadwick caiu em queda livre e manualmente abriu seu paraquedas. Esse salto fez dela a primeira paraquedista a saltar em queda livre. Broadwick parou de saltar em 1922.

5 – Em direção ao fogo


Os EUA hoje possuem mais de 270 bombeiros paraquedistas que saltam em aéreas de incêndio para apagar fogos. O trabalho era inédito, no entanto, até final de 1930, quando o Serviço Florestal americano começou a treinar jovens a saltar em incêndios que não poderiam ser alcançados de outra forma.

Em 12 de julho de 1940, dois homens usaram pela primeira vez paraquedas em um incêndio florestal em Idaho. Rufus Robinson foi o primeiro a saltar, seguido de Early Cooley. Cooley fez um pouso que desafiou a morte, pois as linhas de seu paraquedas enrolaram no ar e ele bateu em uma árvore na descida, milagrosamente saindo ileso.

6 – O mais alto salto


Conforme os jatos começaram a voar mais alto e mais rápido, os militares ficaram preocupados sobre como salvar pilotos em caso de desastres em alta altitude. Para descobrir o que o corpo humano era capaz de fazer, o capitão Joseph W. Kittinger Jr. saltou três vezes de alturas vertiginosas: uma vez a partir de 23.287 metros, uma vez a partir de 22.769 metros, e, finalmente, em 16 de agosto de 1960, de 31.333 metros. 

Esse último salto ainda detém o recorde de maior e mais rápida queda humana. Kittinger caiu livremente por 25.817 metros, atingindo uma velocidade de 988 quilômetros por hora. Treze minutos e 45 segundos depois, chegou ao chão com sucesso.

“Foi definitivamente bonito, mas também hostil”, disse Kittinger em 2008, contando como sua mão direita inchou até duas vezes o seu tamanho normal durante o salto, porque sua luva pressurizada não funcionou corretamente.

7 – Acidente mais alto


O salto bem sucedido de Kittinger encorajou outros a tentar outras aventuras, nem sempre com o mesmo saldo positivo. Em 1962, o coronel da Força Aérea Soviética Piotr Ivanovich Dolgov tentou um salto de 28.640 metros de altura, como parte de um teste de um novo traje de pressão. A viseira de Dolgov bateu na gôndola da qual ele saltou, seu traje despressurizou e ele morreu antes de chegar ao chão.

8 – Novo recorde


Despressurização é um dos perigos que Baumgartner pode enfrentar hoje, em sua tentativa de quebrar o recorde de Kittinger. Ele saltará 37 quilômetros acima do deserto do Novo México (EUA) e, se tudo correr bem, atingirá velocidades de 1.110 quilômetros por hora antes de abrir seu paraquedas, quebrando a barreira do som.

Baumgartner completou dois saltos de teste a 24 km e 29 km. Entre os riscos que ele enfrenta, estão interação choque-choque, uma interação explosiva causada por ondas de choque em colisão; rotação plana, uma situação em que ele poderia girar horizontalmente, forçando sangue a seus olhos e cérebro, e excessiva velocidade fora de controle. Baixa pressão e temperaturas frias criam perigos adicionais.

E depois há o pouso. Se Baumgartner ficar inconsciente durante o salto, o paraquedas de emergência irá abrir automaticamente. Mas um paraquedista inconsciente não pode manobrar o paraquedas para fugir de obstáculos no solo ou diminuir sua velocidade, o que poderia fazer do seu retorno muito brusco e perigoso.

Fontes: LiveScience, DN / hypescience.com - Imagens: Reprodução

Nenhum comentário: