quarta-feira, 9 de abril de 2025

Avião da Força Aérea Brasileira sai da pista em aeroporto no interior de São Paulo

Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investiga o caso. Ninguém se feriu.

Avião da Força Aérea Brasileira sai da pista durante pouso no aeroporto de São José dos Campos
(Foto: Andréia Lucchesi)
Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) saiu da pista no aeroporto de São José dos Campos, no interior de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (7). Ninguém se feriu.

De acordo com o aeroporto, o caso aconteceu com um avião do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Força Aérea Brasileira.

(Imagem: FlightRadar24 via Aeroin)
Segundo o site Flightradar, o avião modelo Beechcraft Hawker 800, com matrícula FAB6053, do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Força Aérea Brasileira, saiu do Rio de Janeiro às 16h33 desta segunda-feira e chegou em São José dos Campos às 17h24.

Ainda com base nas informações do Flightradar, foram feitas duas aproximações seguidas na pista e, na terceira tentativa, o avião saiu da pista.

Avião da FAB fez aproximação duas vezes antes de sair da pista em pouso
no aeroporto de São José (Imagem Arte/Rede Vanguarda)
Um trecho da gravação entre o piloto do GEIV-53 e a torre de controle, ao qual a Rede Vanguarda teve acesso, deixou claro que não pretendia pousar. Ele só baixaria o avião numa altura mínima e faria um procedimento de levantar voo novamente, o que se chama arremeter.


Segundo a carta de aproximação do Aeroporto de São José dos Campos para voos por instrumento, o avião deve fazer uma curva distante e se aproximar num ângulo de 157°. Boa parte da distância é percorrida a 3.600 pés, pouco mais de 1 quilômetro de altitude.

Um trecho da gravação entre o piloto do GEIV-53 e a torre de controle deixa claro que não pretendia pousar. Ele só baixaria o avião numa altura mínima e faria um procedimento de levantar voo novamente, o que se chama arremeter.
  • Torre: GEIV, só confirmando intenções. O seu toque arremete ou arremete nos mínimos?
  • Piloto: Toque e arremete, GEIV 53.
  • Torre: Ciente, 53. Toque e arremetida autorizados. Cabeceira Uno-meia. Vento um-oito-zero graus. Sete nós.
  • Piloto: Autorizado toque e arremetida para o GEIV 53.
(Imagem: Reprodução/TV Vanguarda)
O procedimento foi concluído com sucesso às 17h11.
  • Torre: GEIV 53 tocou e arremeteu uno-uno (17h11). Confirme intenções.
  • Piloto: Tráfego. Se possível pela esquerda. Tráfego visual mantendo 3.600 pés.
  • Torre: GEIV 53, o voo instrumento cancelado aos Dois-zero-uno-uno (17h11). Circuito padrão direita-esquerda e retorna pronto para girar base
Giro-base' é uma volta em torno do aeroporto para um novo procedimento de pouso. Foi o que o piloto fez. Ele se aproximou da pista e arremeteu.
  • Torre: GEIV 53 tocou e arremeteu uno-sete (17h17). Circuito padrão. Reporta para girar base.
A torre pergunta quantas operações semelhantes ele ainda faria:
  • Torre: GEIV 53, intenções. Quantos toques no aeródromo?
  • Piloto: Mais sete toques.
  • Torre: Ciente. Sete toques.
Mas, no terceiro toque, algo não correu como previsto, às 17h24.
  • Piloto: Autorizado toque e arremetida para GEIV 53 cabeceira uno-meia.
  • Torre: GEIV 53, torre. GEIV 53, na escuta?
Imagens enviadas à reportagem na segunda-feira, por moradores de prédios próximos ao aeroporto, mostram o avião fora da pista, em uma área de mata.


O avião baixaria numa altura mínima e faria um procedimento de levantar voo novamente, o que se chama arremeter, quando acabou saindo da pista, na última segunda-feira (17), ninguém se feriu.

(Foto: Andréia Lucchesi)
O avião foi retirado do local na noite desta terça-feira (8). Com isso, a pista em que o incidente aconteceu foi totalmente liberada. Inicialmente, ela havia sido interditada e, depois, passou a funcionar parcialmente, mas agora opera normalmente.

Imagens revelam danos no jato-laboratório da FAB após saída de pista em São José dos Campos



Imagens divulgadas nesta terça-feira mostram detalhes da saída de pista ocorrida ontem no Aeroporto Internacional de São José dos Campos, envolvendo um avião-laboratório da Força Aérea Brasileira (FAB).

A aeronave em questão é um Hawker 800XP, adaptado para atuar como laboratório em voo, utilizado na aferição de instrumentos em solo e na validação de procedimentos de aproximação, pouso e decolagem. As aeronaves que exercem esta função são conhecidas por fazerem várias passagens baixas seguidas em aeroportos pelo mundo, muita das vezes chamando a atenção e até assustando as pessoas que não conhecem este importante trabalho.

Na FAB, esse modelo de avião recebe a designação IU-93A e é operado pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), sediado no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ). A aeronave havia decolado de lá no fim da tarde de segunda-feira, 7 de abril, rumo ao Vale do Paraíba.

Durante uma missão de rotina, os pilotos realizaram duas aproximações com toques e arremetidas no Aeroporto de São José dos Campos. Segundo relatos de testemunhas, após a terceira aproximação, a aeronave teria perdido o controle no solo.


Apesar de sair pela lateral da pista e parar em terreno irregular a cerca de 50 metros do asfalto, nenhum dos ocupantes se feriu. As imagens revelam que a asa da aeronave tocou o solo e ficou parcialmente enterrada na terra. Ainda não se sabe se os danos são reparáveis ou se a aeronave será considerada como “perda total”.

Um aviso aos aeronavegantes (NOTAM) permanece ativo no aeroporto, conforme registrado no site da FAB no momento da publicação. Ele indica que a pista de São José dos Campos permanecerá fechada até às 20h30 desta terça-feira (8), podendo esse prazo ser antecipado ou prorrogado, dependendo do andamento da investigação e da remoção da aeronave.

O GEIV é subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e opera jatos executivos da Hawker e da Embraer, modificados com diversos sistemas e equipamentos especializados. Essas aeronaves são responsáveis por inspecionar e aferir os sistemas de auxílio à navegação aérea em todo o território nacional, assegurando a segurança das operações de voo, especialmente em condições meteorológicas adversas.

Via g1, TV Vanguarda e Carlos Martins (Aeroin)

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