quarta-feira, 21 de junho de 2023

História: Avião que caiu em 1953 foi transportado por caminhão Kenworth


Acidentes com aviões acontecem desde que o avião foi inventado, no início dos anos 1900, mas a tecnologia tem evitado que problemas aconteçam, e reduzido significativamente o número de ocorrências atualmente.

Porém, na década de 1950, os pilotos de avião ainda enfrentavam uma série de desafios em viagens longas, com pouca tecnologia e navegação por mapas e bússolas.

Essa situação, somada à conta errada na hora de abastecer e ao mau tempo ao longo do trajeto acabaram por interromper a viagem de um Douglas DC-4 da KLM, em 1953.

O enorme avião (para a época) havia saído de Roma, na Itália, no primeiro dia daquele ano, e deveria chegar, algumas horas depois em Basra, no Iraque.


Durante a viagem, o tempo mudou, e a viagem precisou ser desviada para Dhahran, na Arábia Saudita, já que muitos aeroportos mais próximos estavam fechados por conta da visibilidade limitada.

Cerca de 50 quilômetros antes de chegar à Dhahran, o combustível acabou, e o avião fez um pouso forçado no meio do deserto. Apesar do grande susto, as 66 pessoas a bordo não se feriram, e a aeronave teve poucos danos.

Depois do acidente e do resgate dos passageiros, o avião precisava ser salvo, já que estava em ótimas condições, e poderia voltar a voar.

Com auxílio da empresa petrolífera Aramco, quatro caminhões Kenworth 853 foram enviados ao local. Três transportavam peças de um enorme guindaste, e o quarto foi designado para o transporte do avião.

Esses enormes caminhões eram produzidos exclusivamente para o uso no deserto, podendo vencer, com certa facilidade, as gigantescas dunas de areia, com cargas pesadas.


Após o içamento do avião, ele foi colocado sobre uma estrutura na carreta, e a viagem começou. Devido ao tamanho da carga, os primeiros cinco quilômetros, no meio do deserto, foram desafiadores.

Logo depois, uma estrada em melhores condições foi acessada, de onde o avião foi transportado em segurança para o aeroporto de Dhahran.

Com o transporte bem-sucedido, o avião pode voltar a voar pouco tempo depois, e seguiu em serviço para a KLM por mais três anos.

O Kenworth 853 foi desenvolvido em uma época de franca expansão da exploração de petróleo, e fez muito sucesso no Oriente Médio e Saara.


Equipado com um chassi reforçado e tração 6×6, o poderoso caminhão era movido por um motor Hall Scott, a gasolina, que tinha 320 cavalos de potência.

O enorme caminhão medida 7,9 metros de comprimento e 3,65 metros de largura, e tinha tanques de combustível de quase 1.200 litros, garantindo grande autonomia, mesmo com o consumo de combustível altíssimo.

Para poder rodar no deserto, usava pneus muito grandes, de baixa pressão, que garantiam uma capacidade de carga de cerca de 40 toneladas, mesmo em areia fofa.

Nenhum comentário: