Nos primeiros dias de 1970, ex-marido da presidente Dilma e militantes viraram notícia mundial.
A polícia peruana cercando o Caravelle, em voo sequestrado em janeiro de 1960
Foto: Reprodução/O Cruzeiro (13/01/1970)
Eram tempos de "Brasil: Ame-o ou deixe-o!". E opositores, perseguidos pela ditadura, sequestravam aviões para fugir do país, boa parte para Cuba — foram 15 casos entre 1969 e 1972. A partir de relatos de tripulantes, sequestradores e passageiros, ZH, em continuação à reportagem publicada no domingo passado, revela os bastidores do mais longo e dramático sequestro do período.
Aos 24 anos, a professora Marília Guimarães era peça importante na Vanguarda Popular Revolucionária, a VPR, organização armada de extrema esquerda que lutava contra o regime militar naquele final dos anos 1960.
Dona de uma escola com 800 alunos no bairro Coelho Neto, no Rio de Janeiro, ela usava o estabelecimento para reuniões e copiava no mimeógrafo panfletos para o grupo. A situação se complicou muito quando militares invadiram a escola exigindo explicações sobre o equipamento, que dias antes tinha sido escondido na casa de um guerrilheiro, preso em Niterói, em fevereiro de 1969.
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