Depois de um período de queda e cancelamentos de pedidos e corte de 20% no quadro de funcionários, a Embraer começa a recuperar as encomendas perdidas durante o auge da crise financeira global. Os sinais de melhora foram dados no 47 Show Aéreo de Farnborough, tradicional feira da aviação mundial, encerrada na semana passada, em Londres. A empresa brasileira trouxe na bagagem pedidos firmes de 37 novos jatos comerciais, num valor de US$ 1,34 bilhão. As entregas vão começar no ano que vem. Se essa conta considerar ainda as opções (direito de compra futura), o total de aeronaves chega a 191, elevando o potencial de negócios para US$ 7,1 bilhões. Entre os clientes, a europeia de baixo custo Flybe, a Air Lease e a Republic Airlines.
Recém-chegado de Londres, o vice-presidente executivo para o Mercado de Aviação Comercial da empresa, Paulo César de Sousa e Silva, avalia que o sucesso de vendas na feira indica que a indústria aeronáutica mundial começa a respirar mais aliviada, caminhando para uma retomada sustentável dos negócios. O ponto ainda sombrio, diz, é o financiamento de aviões por bancos comerciais, área que não dá sinais de retomada forte:
- Existem sinais claros de recuperação. Ainda não é uniforme em financiamentos privados, mas existe recuperação generalizada no setor.
O executivo avalia que, a exemplo de outros fabricantes, a Embraer vem ganhando fôlego. Antes das novas encomendas, a empresa (terceira maior fabricante mundial de aviões) havia anunciado contrato de venda de cinco jatos para a Azul.
Fornecedores comemoram novas encomendas
Quem também respirou aliviado foram os fornecedores da empresa, que tem sede em São José dos Campos, no interior paulista. O engenheiro Ney Pasqualini Bevacqua, presidente da Winnstal, que fornece peças estruturais para as aeronaves e serviços de estamparia e usinagem, disse que o setor comemorou as vendas anunciadas pela Embraer.
- Isso (as novas encomendas) muda o ânimo dentro e fora da Embraer. Estamos apostando nessa melhora que deve acontecer mesmo só a partir do primeiro trimestre de 2011. Agora é que eles vão começar a planejar as entregas desses aviões, mas o astral é positivo - disse Bevacqua, que antes de fundar a Winnstal foi funcionário da Embraer por 18 anos.
Com relação à retomada dos emprego, o diretor da Embraer salientou que o quadro de funcionários está adequado ao atual nível de produção, "podendo produzir até um pouco mais". Mas, caso o mercado continue em ascensão, novos trabalhadores serão contratados gradativamente. Durante a semana, a empresa chamou 320 ex-funcionários demitidos em fevereiro do ano passado. Essas contrações, segundo a Embraer, não foram feitas por causa das novas encomendas, mas para atender à demanda gerada pelos programas de engenharia que a empresa desenvolve para fabricar três modelos da linha Legacy e do cargueiro KC para as Forças Armadas.
- O ajuste no ano passado (demissão de mais de 5 mil) foi para acomodar a produção menor. Se o mercado continuar crescendo em relação aos últimos dois anos, a tendência é fazermos contratações - disse Silva.
Para sindicato, contratação de 320 é insuficiente
Já o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos considera positivos os sinais de melhora no mercado de aviação, mas continua temeroso com a retomada mais vigorosa nas contratações. Os sindicalistas dizem ainda que a carga de trabalho tem aumentado e não houve reajuste de salários desde o ano passado.
- É pouco ainda (a contração dos 320 trabalhadores), mas é importante para os trabalhadores da Embraer - disse Adílson dos Santos, tesoureiro-geral e ex-presidente do sindicato.
A Embraer - que emprega cerca de 16 mil funcionários - contestou os sindicalistas, alegando que o trabalho não aumentou, pois a produção está concentrada nos aviões de pequeno porte cuja montagem demanda menos funcionários. Em 2008, dos 204 jatos produzidos, 202 eram de grande porte (70 a 120 lugares e Legacy) e só dois de pequeno porte (Phenom).
A partir de 2009, essa relação mudou: foram 146 grandes para 98 pequenos. Este ano, a previsão é fabricar 227 aeronaves: 107 jatos grandes e 120 pequenos.
Fonte: Lino Rodrigues (O Globo)
Recém-chegado de Londres, o vice-presidente executivo para o Mercado de Aviação Comercial da empresa, Paulo César de Sousa e Silva, avalia que o sucesso de vendas na feira indica que a indústria aeronáutica mundial começa a respirar mais aliviada, caminhando para uma retomada sustentável dos negócios. O ponto ainda sombrio, diz, é o financiamento de aviões por bancos comerciais, área que não dá sinais de retomada forte:
- Existem sinais claros de recuperação. Ainda não é uniforme em financiamentos privados, mas existe recuperação generalizada no setor.
O executivo avalia que, a exemplo de outros fabricantes, a Embraer vem ganhando fôlego. Antes das novas encomendas, a empresa (terceira maior fabricante mundial de aviões) havia anunciado contrato de venda de cinco jatos para a Azul.
Fornecedores comemoram novas encomendas
Quem também respirou aliviado foram os fornecedores da empresa, que tem sede em São José dos Campos, no interior paulista. O engenheiro Ney Pasqualini Bevacqua, presidente da Winnstal, que fornece peças estruturais para as aeronaves e serviços de estamparia e usinagem, disse que o setor comemorou as vendas anunciadas pela Embraer.
- Isso (as novas encomendas) muda o ânimo dentro e fora da Embraer. Estamos apostando nessa melhora que deve acontecer mesmo só a partir do primeiro trimestre de 2011. Agora é que eles vão começar a planejar as entregas desses aviões, mas o astral é positivo - disse Bevacqua, que antes de fundar a Winnstal foi funcionário da Embraer por 18 anos.
Com relação à retomada dos emprego, o diretor da Embraer salientou que o quadro de funcionários está adequado ao atual nível de produção, "podendo produzir até um pouco mais". Mas, caso o mercado continue em ascensão, novos trabalhadores serão contratados gradativamente. Durante a semana, a empresa chamou 320 ex-funcionários demitidos em fevereiro do ano passado. Essas contrações, segundo a Embraer, não foram feitas por causa das novas encomendas, mas para atender à demanda gerada pelos programas de engenharia que a empresa desenvolve para fabricar três modelos da linha Legacy e do cargueiro KC para as Forças Armadas.
- O ajuste no ano passado (demissão de mais de 5 mil) foi para acomodar a produção menor. Se o mercado continuar crescendo em relação aos últimos dois anos, a tendência é fazermos contratações - disse Silva.
Para sindicato, contratação de 320 é insuficiente
Já o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos considera positivos os sinais de melhora no mercado de aviação, mas continua temeroso com a retomada mais vigorosa nas contratações. Os sindicalistas dizem ainda que a carga de trabalho tem aumentado e não houve reajuste de salários desde o ano passado.
- É pouco ainda (a contração dos 320 trabalhadores), mas é importante para os trabalhadores da Embraer - disse Adílson dos Santos, tesoureiro-geral e ex-presidente do sindicato.
A Embraer - que emprega cerca de 16 mil funcionários - contestou os sindicalistas, alegando que o trabalho não aumentou, pois a produção está concentrada nos aviões de pequeno porte cuja montagem demanda menos funcionários. Em 2008, dos 204 jatos produzidos, 202 eram de grande porte (70 a 120 lugares e Legacy) e só dois de pequeno porte (Phenom).
A partir de 2009, essa relação mudou: foram 146 grandes para 98 pequenos. Este ano, a previsão é fabricar 227 aeronaves: 107 jatos grandes e 120 pequenos.
Fonte: Lino Rodrigues (O Globo)
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