sábado, 3 de outubro de 2009

Manter rotina ajuda animal a enfrentar o avião com saúde

Alexandre Rossi, o Dr. Pet, sugere levar objetos com os quais o cão esteja habituado para dar segurança

Não basta agendar o passeio com a companhia aérea, providenciar documentos e encontrar hospedagem "pet friendly" para garantir que seu bicho faça uma boa viagem.

Antes de embarcá-lo, especialistas em comportamento e turismo animal sugerem que os donos devem mudar a rotina do cão ou gato o mínimo possível.

"Quando o bicho viaja, muita coisa muda. Ele pode ficar estressado, propenso a desenvolver problemas de saúde. Tem de evitar mais mudanças que o necessário", diz Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal e apresentador do quadro Dr. Pet no "Domingo Espetacular", da TV Record.

Na hora de preparar a bagagem de seu cão ou gato, escolha objetos aos quais ele já esteja habituado -que darão segurança a ele em um ambiente novo. E não se esqueça de levar ração suficiente para a viagem.

No caso dos gatos, a alimentação requer cuidados especiais. Quando chegam a um ambiente estranho, alguns felinos param de comer e, em consequência disso, podem desenvolver uma doença chamada lipidose hepática. Para que ele se interesse mais pela comida, comece a diminuir um pouco a quantidade de ração 20 dias antes da viagem.

Se o seu bicho não estiver acostumado a viajar na caixa de transporte, comece a adaptá-lo dias antes. "Coloque as vasilhas de água e comida presas à caixa e um brinquedinho para ele", diz Larissa Rios, autora do site Turismo 4 Patas (www.turismo4patas.com.br).

Caso haja a necessidade de sedá-lo, procure um veterinário."É preciso experimentar a dosagem do remédio antes da viagem", afirma Rossi. O animal não deve ser alimentado pelo menos duas horas antes do voo para evitar enjoos. E deve ficar o tempo todo com coleira e identificação.

Famosas dão dicas de viagem com mascotes

Pegar a ponte área Rio-São Paulo tornou-se rotina para a poodle Belinha, mascote do programa "Mais Você", da Globo. Há mais de seis anos, ela acompanha a apresentadora Ana Maria Braga em viagens profissionais e de férias.

Acostumada à agenda intensa da dona, ela - assim como a yorkshire Sombrinha e a crested dog Cristal, as outras cadelinhas de Ana- não costuma dar trabalho na hora de embarcar. "Minha maior preocupação quando vou viajar com elas é com vacinas e documentação. A falta dos documentos certos pode atrapalhar qualquer viagem", alerta Ana Maria Braga.

A atriz Guilhermina Guinle viaja de avião com o maltês Cãozinho e a yorkshire Lila desde filhotes. Para que a viagem seja tranquila, ela sugere que os donos invistam em conforto. "Uma dica que eu dou é sempre ter uma bolsa boa, confortável para o animal e com um bom espaço dentro. Isso permite que eles se sintam à vontade durante o voo".

Dona dos labradores Marley e Gisele e dos vira-latas Dino e Preta, a apresentadora Luisa Mell diz que é importante adaptar os bichos à caixa de transporte. "Para cachorro é tudo costume. Uma semana antes, é bom deixar o bicho na caixa de transporte. Quando tirar, dê uma bolachinha. Faça uma espécie de adestramento mesmo".

Vira-lata é narrador de 4 livros relatando viagens à Europa

Em 1980, uma cadela deu cria na casa do artista plástico e escritor Antonio Costella, que acabou adotando um dos filhotes. Foi o início de uma amizade inseparável de 14 anos- e de uma bela "parceria" turística e literária. O vira-lata Chiquinho é o narrador de quatro livros sobre viagens escritos por ele.

Tudo começou quando o veterinário aconselhou Costella a levar o animal em uma viagem à Europa. "Ele era muito apegado à família. O veterinário disse que ele ia morrer se ficasse para trás", conta. E assim Chiquinho viajou por Portugal, Grécia, França, Itália e Espanha.

O resultado foram os livros "Patas na Europa" (1993), "Patas 2 - A Viagem Continua" (1994), "Patas 3 - Ossos de Pizza" (1995) e "Patas 4 - A Odisseia Final" (2000), todos da editora Mantiqueira (www.editoramantiqueira.com.br), fundada por Costella, que também é fundador da Casa da Xilogravura (www.casadaxilogravura.com.br).

"O Chiquinho como narrador me deu uma vantagem, porque ninguém sabe, por exemplo, se cachorro vê fantasma. Então ele encontra personagens históricos, Júlio César, Napoleão", conta Costella.

As viagens com o cão também tiveram seus momentos mais tensos. "Cachorro de mais de 7 kg ia no porão do avião, numa caixa. É muito preocupante, o dono só volta a ver o bicho no desembarque", relembra Costella.

Segundo ele, a convivência com Chiquinho trouxe mais que a série de livros narrados pelo cão. "Mudou minha vida, acabou mudando minha cabeça", diz. "Comecei a me interessar mais por questões como o respeito pelos animais, a relação entre homem e natureza".

A amizade entre autor e cão-narrador foi celebrada também em "Vida de Cachorro - Uma Biografia Não Autorizada" (1995), que conta a história de Chiquinho -não por acaso, o cão é o símbolo da editora Mantiqueira. A biografia e os livros da série Patas foram reunidos em um só volume, "Patas na Europa" (Ediouro).

Fontes: Ana Sousa, Luisa Alcantara e Silva, Marina Della Valle (Folha de S.Paulo)

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