segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Cinco sindicatos da TAP anunciam pré-aviso de quatro dias de greve

Cinco sindicatos que representam trabalhadores de terra da TAP anunciaram a entrega de um pré-aviso de greve para os dias 28 e 29 de Agosto e 11 e 12 de Setembro, "na expectativa que o Governo e o Conselho de Administração se sentem à mesa”. A companhia ainda desconhece o pré-aviso.

“As direcções sindicais decidiram meter um pré-aviso de greve. Se o Governo tiver vontade em resolver o conflito a gente aqui está”, disse à TSF o porta-voz do SITAVA, Vítor Mesquita, observando ainda que os sindicatos, como no passado, convocam greves “sempre na expectativa que o Governo e o Conselho de Administração se sentem à mesa”.

O dirigente sindical caracterizou as greves como acções “de protesto contra a ausência de revisões salariais desde o ano passado” e acrescentou que tem também o objectivo de protestar contra a “deslocalização de alguns serviços”, especificando que a companhia está a transferir trabalhos de manutenção para o Brasil.

“É preciso é aumentar os postos de trabalho em Portugal”, argumentou.

A TAP tem no Brasil uma empresa de manutenção, a TAP Manutenção e Engenharia Brasil, que ainda recentemente recebeu a certificação pela FAA dos Estados Unidos para realizar trabalhos de grande manutenção em aviões widebody da Airbus (A330 e A340).

A origem da TAP Manutenção e Engenharia Brasil é a VEM, que era a unidade de manutenção da Varig, com instalações no Rio de Janeiro e em Portalegre, que a TAP comprou quando do processo de colapso da antiga companhia de bandeira brasileira.

A formação da TAP M&E Brasil, para a qual a companhia portuguesa tem anunciado procurar parceiros, sempre foi apresentada como a possibilidade de expandir a área de negócios de manutenção para outras companhias face à falta de espaço em Lisboa para aumentar a capacidade de trabalho.

Em relação à contestação de que a TAP não aceita fazer revisão salarial este ano, o porta-voz da companhia, António Monteiro, disse ao PressTUR que o que a empresa disse aos sindicatos é que actualmente não há condições “para uma negociação profícua", mas não fechou a porta a uma nova análise da questão no último trimestre face à evolução do negócio.

O porta-voz também realçou que “os mecanismos de progressão automática” que vigoram na companhia já conduziram a “aumentos bastante superiores à taxa de inflação".

A contestação dos cinco sindicatos foi precedida de tomadas de posição contra a compra de carros novos para os directores da empresa, que dizem ter sido 42 enquanto a companhia garante que foram 30.

António Monteiro disse também ao PressTUR que a renovação da frota de veículos dos directores vai, aliás, permitir à empresa uma redução desses custos em 199 mil euros no prazo de quatro anos.

Os sindicatos num comunicado conjunto ironizaram que essa compra é "mais um exemplo digno de realce de medidas de contenção de custos", mas a companhia contrapõe que vai ter uma redução de custos no montante de 199 mil euros em quatro anos.

António Monteiro explicou que os carros são para directores que têm nos seus contratos o fornecimento de viatura pela empresa e que a opção pela compra dos 30 carros novos se revelou mais económica do que manter os actuais, cujos contratos de leasing (de quatro anos com mais um de opção) expiraram.

Fonte: PressTur (Portugal)

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