A crise aérea, que teve como ponto de partida o trágico acidente com o Boeing 737 da Gol, em setembro de 2006, quando veio à tona a fragilidade da infra-estrutura aeroportuária, não apenas deixou muita gente plantada nos aeroportos do país nos últimos meses. Fez de 2007 um ano muito difícil para as duas principais companhias aéreas nacionais, TAM e Gol. E os estragos da turbulência enfrentada pelo setor, que já podiam ser vistos nos balanços contábeis das duas empresas até setembro, atingiram em cheio o bolso dos investidores que apostaram em suas ações.
De janeiro até a última sexta-feira, dia 21, os papéis da Gol contabilizavam perdas de 27,5%, e os da TAM, de 33,3%. Nos balanços do terceiro trimestre deste ano, TAM e Gol amargavam quedas de cerca de 80% no lucro. A margem operacional da Gol, que foi de 16% em 2006, despencou para 0,7% no fim de setembro, enquanto a da TAM recuou de 13,6% para 5,3% no mesmo período. A BRA no início de novembro parou de voar.
"- O ano de 2007 é para ser esquecido pelos acionistas das duas empresas, porque o saldo é bem negativo" - diz o analista Eduardo Puzziello, especialista no setor aéreo da corretora Fator.
Embora a demanda por viagens aéreas domésticas deva encerrar o ano com aumento superior a 10% sobre 2006, as companhias foram forçadas a reduzir os preços de suas tarifas para vencer a resistência crescente das pessoas a voar.
Fonte: O Globo
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