Há alguns dias, na região de Milão, foram transportadas por drone amostras de sangue para serem analisadas. A D-Flight – empresa do Grupo ENAV (e subsidiária da Leonardo), a Telespazio (que presta serviços de gestão de tráfego de drones) e a ENAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil da Itália) realizaram uma série de voos com um drone especialmente equipado para transferir amostras de sangue não testadas (mercadorias perigosas) coletadas nos centros Opera e Rozzano da Cerba HealthCare Italia.
O Diretor Geral da ENAC, Alessio Quaranta, comentou que o ensaio de Milão é a primeira autorização operacional em uma categoria específica emitida pela ENAC, de acordo com o Regulamento (UE) nº 2019/947, para o transporte seguro por drone de amostras biológicas, que o regulamento classifica como mercadorias perigosas.
O objetivo da ENAC é que tais serviços se tornem comuns o mais rápido possível, incentivando a criação de um sistema que funcione em sinergia, como realizado entre a ENAV (Conselho Nacional de Assistência Aérea da Itália) e a D-Flight. A experimentação e a coordenação com atores do mundo não tripulado estão tornando cada vez mais concreta a possibilidade de usar drones em várias atividades, beneficiando a sustentabilidade e a eficiência dos serviços na Itália.
Maurizio Paggetti, COO da ENAV e CEO da D-Flight, disse que isso representa mais um passo para a realização na Itália do U-Space, um espaço aéreo dedicado a drones. O U-Space permitirá todo o tipo de operações, das mais simples às mais complexas. A porção do espaço aéreo designada para drones será de até 400 pés (120 metros) acima do solo, com restrições em algumas áreas. Dentro deste espaço aéreo, existem várias categorias de aeronaves remotamente pilotadas autorizadas a voar, subdivididas de acordo com as especificações técnicas do regulamento europeu emitido pela European Union Aviation Safety Agency (EASA). O objetivo do U-Space é garantir a integração entre o tráfego aéreo tradicional e as aeronaves remotamente pilotadas.
Os voos, que ocorreram na segunda-feira, 27 de fevereiro, foram realizados no modo BVLOS (Beyond Visual Line Of Sight), ou seja, o piloto não teve contato visual com o drone. A aeronave, que decolou e pousou em uma área cercada controlada (3×3 metros), é um hexacóptero com paraquedas balístico, canal de comunicação duplo e sistema de terminação de voo verificado pela EASA, pesando 25 quilos com sua carga. Os voos, realizados pela empresa Nimbus, que concebeu e desenvolveu o drone e a caixa para transporte seguro de sangue para análise, abrangeram zonas rurais e urbanas.
Esta não é a primeira vez que este tipo de transporte ocorre na Itália. Em outubro de 2018, a ABzero havia entregado bolsas de sangue com um drone, por meio de uma cápsula inteligente que permitia o transporte de sangue, hemoderivados e órgãos por meio do controle das condições de temperatura e umidade.
Sala de controle D-Flight (Foto: ENAV) |
Esse tipo de experimento é de suma importância para reduzir significativamente o tempo de transporte do sangue e avaliar o impacto do voo nas hemácias e plaquetas transportadas.
Via Airline Geeks
Nenhum comentário:
Postar um comentário